O fardo do endividamento público tem vindo a atingir números cada vez mais alarmantes. Segundo os analistas, os altos níveis desta dívida colocam um forte risco descendente às perspetivas de evolução económica a curto e médio prazo.
Estimativas actuais apontam para uma dívida pública do país na ordem de 110,4%, tornando-a insustentável. O mais assustador é que este este indicador não para de crescer.
Desta vez as más notícias chegam da consultora FocusEconomics, que a dívida pública de Moçambique suba de 110,4%, para 112,3 por cento em 2019, e 113,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
Com o actual cenário, as principais agências notação financeira têm vindo a descer cada vez mais o "rating" do país para níveis mais baixo desde 2016, quando começou a falhar os pagamentos da emissão de 727,5 milhões de dólares de dívida soberana por parte da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM).
Desde então, Moçambique falhou o pagamento de pelo menos três prestações sobre esta emissão de dívida, bem como os pagamentos dos empréstimos contratados por outras duas empresas públicas (ProInducus e MAM) à revelia dos parceiros internacionais e da Assembleia da República (AR).