A vila sede do distrito de Milange, na província da Zambézia, enfrenta grandes problemas no fornecimento da corrente eléctrica, fornecida pela Escom, uma empresa de distribuição de energia do país vizinho, Malawi. A situação tem estado a trazer grandes prejuízos às comunidades locais.
Para além da qualidade, a linha de Malawi para Moçambique bem como em outras zonas fronteiriças, tem registado frequentes cortes, situação aliada à fraca manutenção por parte da empresa que gere a energia naquele país. Este facto já levou a empresa Electricidade de Moçambique a negociar com aquele país para melhorar o fornecimento da corrente com Milange e outras zonas de fronteira. "A resposta que sempre a EDM teve é que Malawi não tem dinheiro para pagar horas extras aos trabalhadores" disse uma fonte da EDM, afirmando que os cortes têm sido em horas de pico, justamente altura em que no nosso país as instituições encontram-se a trabalhar e a precisar da corrente.
Para acabar com esta situação, o governo decidiu financiar uma linha da rede pública para fornecer corrente de qualidade à vila sede distrital de Milange, o que estava previsto para até Dezembro do ano passado. O projecto está inserido no âmbito da ligação de fornecimento de energia aos novos distritos nomeadamente Molumbo, Luabo e Derre, este último já iluminado desde Dezembro do ano passado.
Chabane Bernardo, chefe da zona de distribuição de Milange, que conta com pouco mais de cinco mil clientes, explicou que o projecto da linha da HCB à Milange vai se materializar. "A energia que vem de Malawi não ajuda, mas isso vai passar. Apesar de ser de fraca qualidade com sucessivos cortes, é preciso reconhecer que o nosso posto de transformação não está em condições, mas pelo menos temos a energia que temos".
Na sequência da fraca qualidade da corrente eléctrica bem como de cortes sucessivos, algumas instituições do Estado recorrem à geradores para alimentar equipamentos informáticos. Muitas vezes a vila passa parte do dia sem energia.
