O Conselho Cristão de Moçambique pede às comunidades em Nampula para serem solidárias para com as vítimas do terrorismo em Cabo Delgado. O Reverendo Dinis Matsolo visitou os deslocados, em Namialo, e manifestou-se preocupado com as histórias de violência que alguns presenciaram nas zonas de procedência.
Numa altura em que oficialmente fala-se de perto de 20 mil pessoas que estão em Nampula, fugindo da violência terrorista em Cabo Delgado, o reverendo Dinis Matsolo pediu solidariedade das comunidades em Nampula para o acolhimento aos deslocados e provisão de ajuda, por mais mínima que seja.
“Viemos agradecer esta irmandade, este amor e esta solidariedade e continuar a apelar para que façam tudo que estiver ao alcance para apelar os que necessitam. Qualquer tipo de apoio há-de ser valiosa.
Ainda que seja emprestar um utensílio de uso doméstico porque os que chegam numa situação de desespero e deixaram tudo”, disse o reverendo Dinis Matsolo, durante a visita aos deslocados no posto administrativo de Namialo, distrito de Meconta, na província de Nampula.
A assistência alimentar tem sido garantida por várias organizações, uma delas é o Programa Mundial de Alimentação, que em parceria com o Conselho Cristão de Moçambique faz chegar a ajuda aos necessitados.
Mas o reverendo Dinis Matsolo tem outra preocupação: “a coisa que mais me preocupa é quando ouvimos histórias de pessoas que viram os seus entes queridos a serem mortos de forma desumana – amputar os membros de uma pessoa na presença dos seus familiares, não há justificação para isso, é algo que não deve acontecer no nosso seio, mas ouvimos histórias desta natureza; ouvimos histórias de pessoas que largaram tudo que tinham e fugiram porque vira as coisas a serem queimadas. São coisas muito preocupantes porque não sabemos porquê as pessoas fazem essas coisas, o que estão a reivindicar. Precisamos encontrar uma saída”, apelou o religioso e activista social.