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Dilar Dessai: “Um treinador deve ser capaz de colocar em prática as suas teorias”

Foto: FIBA-África

Mais e mais treinadoras continuam a abraçar o basquetebol masculino em África nos últimos tempos, e Dilar Dessai escreveu a sua própria história de uma maneira única.

Há dois meses, um recorde de três treinadoras-adjuntas marcou presença nas eliminatórias para a Liga Africana de Basquetebol (BAL) de 2023.

Dilar Dessai, ex-internacional basquetebolista moçambicana que foi treinadora-adjunta da selecção nacional sénior feminina sob o comando de Nasir “Nelito” Salé, durante mais de cinco anos, tornou-se na primeira mulher a liderar uma equipa masculina ao pódio da Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal.

Há um mês, o Sporting de Quelimane, orientado por Dilar Dessai, surpreendeu o Ferroviário de Maputo, clube que nos últimos sete anos conquistou a “Liga” em três ocasiões, ao terminar em terceiro pela primeira vez na história do clube.

Curiosamente, o Sporting de Quelimane contou com um trio de irmãos que se destacaram na selecção masculina de Moçambique durante quase uma década, entre eles o marido de Dessai, Augusto Matos, o seu gémeo Pio Matos e o irmão mais velho Amarildo Matos.

As mulheres que treinam a equipa masculina tornaram-se um evento popular. Até o comissário da NBA, Adam Silver, mostrou, recentemente, o seu apoio a mais treinadoras femininas na liga. E Valerie Garnier – uma ex-jogadora que treinou a selecção feminina da França por anos – assinou recentemente com o Tours no NM1 da França.

“Não acho que haja uma grande diferença entre treinadores de basquetebol femininos e masculinos”, disse Dessai ao sítio da FIBA-África. E acrescentou: “A autoridade dentro do balneário pode ser um problema para as treinadoras, mas isso pode ser superado com acções. Um treinador deve ser capaz de colocar em prática as suas teorias e habilidades independentemente do género. Elas devem comunicar-se e agir. No fim do dia, é tudo sobre resultados”, observou.

Dilar Dessai vai mais longe, ao dizer que “agora que terminamos em terceiro, já estamos a pensar no título na Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal, e na Liga Africana de Basquetebol, quem sabe? Não somos mais estreantes. O nosso objectivo inicial era evitar a despromoção, mas terminamos em terceiro, depois de vencer uma das equipas mais estabelecidas na prova.”

Augusto (32), Pio (32) e Amarildo Matos (37) já vestiram a camisola da selecção nacional de basquetebol em várias edições do “AfroBasket”, e Dessai representou também o país.

Solicitada a compartilhar a sua experiência como esposa-treinadora, Dessai admitiu que, na quadra de basquetebol, a dupla tem uma relação técnico–jogadora como qualquer outra, embora ela admita que eles discutem tácticas de basquetebol em casa.

“É uma situação difícil de se estar, não só porque ele é meu marido, e eles são meus cunhados, tem mais a ver com o facto de já serem jogadores de renome. Têm hábitos que criam algumas divergências às vezes. Fora isso, todos eles são treináveis”.

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