As chuvas intensas que caíram nos últimos três na cidade da Beira inundaram casas e cortaram a ligação rodoviária em três bairros suburbanos. O nível das está acima de um metro de altura há alunos que não vão à escola desde o início desta semana.
O Jornal “O País” esteve, nesta sexta-feira, nos bairros suburbanos de Ndunda 1 e 2 e Nharrime. Este foi o cenário registado pela nossa Camara. São inundações resultantes da passagem da tempestade tropical Jude, que trouxe intensas chuvas, que inundaram os bairros.
A inexistência de valas de drenagem a altura do elevado nível de precipitação das águas, contribuíram para dezenas de casas estarem neste momento alagadas.
“Está cheio de água. Não temos como aqui, em casa e fora, a água está na altura da cintura. Sempre que chove é isso que acontece. Pedimos a este nosso presidente, Albano Cariz, para nos ajudar, porque a situação não está fácil”, disse Paula Gabriel, residente de Ndunda 1.
Flora Tomé, residente no mesmo bairro, reclama que as crianças não têm como ir à escola. “Criança de 6 anos sair para atravessar toda essa água para escola, como mãe como é que eu fico. Meus filhos não vão à escola desde segunda-feira. Eu só saí porque sou mãe e tenho que procurar algo para os meus filhos comerem. Nosso pedido é só socorro, queremos as drenagens, já foram feitas, mas não estão a facilitar em nada”.
Há quatro dias que a estrada que garante a ligação entre o bairro Ndunda 1 e 2 com o resto da cidade apresenta vários cortes, condicionado a circulação de pessoas e bens.
“Quando começou a chover, a água começou a cortar esta estrada e está muito difícil de transitar. Há muitos cortes nestas estradas”, afirmou Lucas Domingos, residente em Nharrime.
Não chove na Beira há quase 24 horas, mas, apesar disso, as casas, os seus quintais e as estradas continuam alagadas. Este cenário poderá mudar nos próximos tempos, pois os bairros ora inundados serão abrangidos pela segunda fase de construção de valas de drenagem na Beira que culminará com mais uma bacia de retenção.