A cidade da Beira foi sacudida, nas últimas três semanas, por uma onda de assassinatos que resultaram na morte de 14 pessoas. A população lançou um grito de socorro face à intranquilidade, as autoridades policiais lançaram uma operação para neutralizar os malfeitores e detiveram três indivíduos acusados de prática de crimes.
O terror e pânico assolaram, nos últimos dias, a cidade da Beira. Indivíduos ainda no encalço das autoridades assassinaram 14 pessoas, em alguns bairros periféricos, semeando dor e luto nas famílias que até hoje clamam pela justiça.
As autoridades policiais, alertadas, lançaram uma operação que culminou com a detenção, quarta-feira, de três indivíduos acusados de serem responsáveis pela quadrilha que se dedicava à prática de crimes hediondos.
Dos detidos, dois são indiciados de ter violado sexualmente uma jovem no bairro de Chingussura, arredores da cidade da Beira, e depois asfixiado a vítima com a sua roupa interior.
“Eu e o meu amigo Bartolomeu interpelámos uma menina e violámo-la. Arrancámos, depois, o telefone dela e matámo-la”, confessou um dos detidos.
O porta-voz da PRM em Sofala, Dércio Chacate, disse à imprensa que os indiciados, com idades compreendidas entre 37 e 45 anos, violaram as mulheres e, depois, assassinaram-nas.
A Polícia garantiu ainda que há outros detidos, sem avançar número, em conexão com os outros casos de assassinato ocorridos nas últimas três semanas em Sofala, facto que irá ajudar no esclarecimento de todos os casos.
“A Polícia, junto ao Serviço Nacional de Investigação Criminal, está a desdobrar-se em diligências visando o esclarecimento de outros casos de homicídios. A breve trecho, iremos apresentar novos indiciados envolvidos nos casos de homicídios”, assegurou Dércio Chacate.
As autoridades policiais apelaram ainda às comunidades para colaborarem, denunciando qualquer caso suspeito. “Apelamos para que estejam permanentemente vigilantes, denunciando casos de perturbação e situações criminais que ocorrem nas comunidades mais próximas. Apelamos também para que desencorajem qualquer onda de desinformação a partir da proliferação de informações infundadas que propiciem o aparecimento de criminosos oportunistas.”
A Polícia terminou negando que haja alguma relação entre os criminosos que têm actuado na cidade da Beira e os terroristas que têm estado a criar terror no Norte do país.