Cinco indivíduos de nacionalidade somali foram detidos, há dias, na cidade da Beira, indiciados de recrutar cidadãos estrangeiros e nacionais para as fileiras dos terroristas, assim como da prática de tráfico de pessoas e de drogas, uso e falsificação de documentos.
A detenção dos referidos indivíduos, que ocorreu após três meses de investigação, foi suportada por um mandato de captura emitido pelo Tribunal Judicial da Cidade da Beira. De acordo com o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), “o líder do grupo tem recrutado cidadãos de nacionalidade queniana, para a insurgência na província de Cabo Delgado”.
“Tomamos conhecimento da existência de uma residência nesta cidade (referindo-se à Beira), onde se encontravam cidadãos de nacionalidade estrangeira, que se dedicavam à prática de vários crimes e, pela sua natureza e olhando para os sujeitos, o SERNIC não podia executar os mandados sozinho; era necessário colaborar com outras Forças de Defesa e Segurança (FDS), nomeadamente a PRM, o SENAMI e o SISE. Esta operação resultou em detenção dos cinco indivíduos, entre os quais uma mulher, e apreensão de quatro documentos de viagem, 11 passaportes, sendo seis com características quenianas e cinco com características somalis; um bilhete com características somalis; três com características quenianas e 13 cartões de pedido de asilo na República de Moçambique”, detalhou Alfeu Sitoe, porta-voz do SERNIC em Sofala.
Francisco Chambal, dos Serviços de Migração em Sofala, acrescentou que ainda se vai fazer a aferição da autenticidade de todos os documentos mencionados, tanto os estrangeiros quanto os nacionais, mas a observação visual indica serem falsos.
Além disso, o que preocupa as autoridades “é o facto de os detidos se terem feito ao nosso país sem terem observado as formalidades de entrada, ou seja, entraram ilegalmente em Moçambique. Nos seus passaportes, não existe nenhum carimbo dos nossos serviços que confirma a data de entrada e o local no território nacional”.
De acordo com Daniel Macuácua, porta-voz da PRM em Sofala, percebeu-se, durante a investigação, que a rede envolve alguns funcionários da migração que facilitam a emissão da parte dos documentos apreendidos e, neste momento, “diligências estão em curso para aferir o grau de envolvimento de cada um dos indiciados e de seus facilitadores, para que todos sejam responsabilizados”.