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Degradação do troço Milange-Molumbo compromete escoamento de produtos agrícolas na Zambézia

O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Osvaldo Machatine, esteve ontem a trabalhar na via e, confrontado com a situação, anunciou para breve o início da terraplanagem da estrada.

Trata-se da Estrada Regional Número 558, que liga os distritos de Milange e Mulumbo, que, de há uns tempos a esta parte, vem registando uma degradação cada vez acentuada, comprometendo o escoamento de produtos agrícolas, na província da Zambézia.

No terreno, constata-se que os cerca de 100 quilómetros que ligam os dois distritos apresentam duas secções extremamente degradadas, em parte, devido à força da chuva que tem estado a cair nos últimos dias.

Transportadores e comerciantes, que operam naqueles distritos, considerados celeiros da província, devido à sua potencialidade produtiva, sobretudo nas culturas de feijão, milho, soja e gergelim, pedem intervenção do Governo, para melhorar a transitabilidade na via.

“Não temos alternativas, estamos a passar mal. Queremos intervenção do Governo para se acabar com isso. Estou aqui há dois dias parado, sem saber o que fazer. O meu camião não sai, porque enterrou”, disse João Santos, um transportador que a nossa reportagem encontrou numa das zonas do troço crítico.

Num outro ponto, a nossa reportagem encontrou Graciano Alfredo, um comerciante residente em Mulumbo. Desesperado, com mais de 50 sacos de milho, contou que comprou o produto, mas está há três dias encalhado e sem poder fazer nada para retirar a sua mercadoria.

GOVERNO APONTA SOLUÇÕES

O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, esteve a avaliar o estado da via e parte das viaturas da sua comitiva ficaram encalhadas, tendo sido necessária a intervenção das comunidades locais para recolocá-las no trajecto.

Confrontado com a tralidade, Machatine anunciou que serão feitas as intervenções de melhoramento nas duas secções críticas do troço que deverão consumir pouco mais de 350 milhões de meticais.

“São obras de emergência. O empreiteiro terá que se esmerar nos trabalhos por forma a devolver a dignidade da população. Como sabe, a estrada está na zona de fronteira com o Malawi e nós não podemos permitir que a população opte pela vida no Malawi em detrimento da nossa, por conta das estradas”, disse João Machatine.

Desde Terça-feira, o empreteiro seleccionado para executar a intervenção já está, segundo Machatine, em processo de mobilização do equipamento para arrancar com as obras, que deverão durar 12 meses.

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