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Degradação de prédios preocupa moradores na Cidade De Maputo

Texto: O País

O estágio de degradação dos prédios, na Cidade de Maputo, está a preocupar a Associação das Comissões dos Moradores. A fraca contribuição das quotas mensais, por parte dos proprietários, é apontada como a principal causa.

Paredes desgastadas, elevadores inoperacionais, problemas de saneamento e até falta de iluminação nos corredores, é o cenário que descreve vários prédios na Cidade de Maputo.

Já em estado de degradação, o prédio 715 na Avenida Filipe Samuel Magaia, é disso exemplo. Uma preocupação, que apoquenta os moradores, que temem que o pior aconteça, devido a falta de saneamento e fraca manutenção dos edifícios.

“São muitos problemas que o prédio tem. Um deles é o facto de dois elevadores não funcionarem. Se nos dessem a cave, poderíamos rentabilizá-la e colocar pelo menos um dos elevadores a funcionar”, apontou Salvador Mathombe, chefe da comissão dos moradores, explicando que, a situação da degradação prédios tem-se agravado pela fraca canalização das contribuições de 800 meticais mensais, por parte de alguns proprietários.

“Nós temos alguns condóminos que não honram com os seus compromissos de contribuição. Temos despesas de compra de energia para que funcione a bomba de água, temos ainda que comprar lâmpadas. Temos despesas de pagamento de salários dos guardas, pois são eles quem limpam o prédio e recolhem lixo ”, elucidou.

Tais preocupações foram levantadas no último sábado, durante uma reunião, que juntou diversas associações de moradores da Cidade de Maputo, que esperam ver os problemas resolvidos.

Eduardo Abrão, que trabalhou na comissão de moradores, há cerca de 20 anos, aponta para a necessidade de os moradores terem condições para arcar com as despesas dos mesmos pois “queremos reactivar ou reabilitá-los. Queremos manter a nossa Cidade. Este é o nosso património, é o nosso orgulho e a conquista do povo”, justificou.

Por seu turno, Carolina Menezes, presidente da Associação dos Condomínios da Cidade de Maputo (ACMCM), revelou que a situação se tem agravado nos últimos anos, em que quase todos os prédios encontram-se em estado de degradação.

“Hoje em dia já não dizemos que a situação é somente no Alto-Maé ou Xipamanine. Mesmo na parte central da cidade, temos prédios completamente degradados”, lamentou Carolina Menezes, apelando ao envolvimento de todos os condóminos, na manutenção das infra-estruturas.

“A Associação não tem a solução nas suas mãos. A solução passa por cada um de nós, cada condómino deve assumir a sua obrigação. Temos grande parte dos prédios ocupados por inquilinos, e os condóminos, onde estão? O que estão a fazer? Simplesmente limitam-se em alugar ”, disse Menezes.

Refira-se que a manutenção dos prédios é da responsabilidade dos proprietários e há falta de uma postura municipal que sancione os que não cumprem com as obrigações.

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