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Quase 60 milhões de crianças podem morrer antes de 2030 se não se investir em saúde

Setenta e nove mil crianças morreram em 2020, no país, antes dos cinco anos de idade, devido à precariedade dos serviços de saúde. Os dados foram avançados, semana passada, pela Organização das Nações Unidas, que acrescenta que quase 60 milhões de crianças podem morrer antes de 2030 se não se investir em saúde.

Um relatório da Organização das Nações Unidas, divulgado semana passada, revela que há uma tendência de redução de casos de mortalidade infantil nos últimos 20 anos.

Segundo o documento, Moçambique tinha, em 1990, uma taxa de mortalidade, em crianças menores de  cinco anos, de 245 por cada mil nascidos vivos.

Em 2000, ou seja, 10 anos depois, o número desceu para 171 e, em 2020, 72 crianças morreram a cada mil nascimentos.

As Nações Unidas indicam ainda que o número de mortes de crianças com menos de cinco anos no país baixou de 128 000 em 2000 para 79 000, no ano 2020.

O director da Divisão de Análise, Planeamento e Monitorização de Dados do UNICEF, Vidhya Ganesh, diz que a redução da taxa é global, contudo é preciso mais trabalho.

“O progresso é possível com uma vontade política mais forte e um investimento direccionado no acesso equitativo aos cuidados de saúde primários para cada mulher e criança”, disse Ganesh.

A ONU alerta que, caso não sejam tomadas medidas rápidas para melhorar os serviços de saúde, em todo o mundo, quase 60 milhões de crianças e jovens morrerão antes de 2030, e quase 16 milhões de bebés serão nados-mortos.

“O acesso e a disponibilidade de cuidados de saúde de qualidade continuam a ser uma questão de vida ou de morte para as crianças a nível mundial. A maioria das mortes de crianças ocorre nos primeiros cinco anos, metade das quais ocorre logo no primeiro mês de vida. Para estes bebés mais novos, o nascimento prematuro e as complicações durante o parto são as principais causas de morte. Do mesmo modo, mais de 40% dos natimortos ocorrem durante o parto – a maioria dos quais são evitáveis quando as mulheres têm acesso a cuidados de qualidade durante a gravidez e o parto. Para as crianças que sobrevivem depois dos primeiros 28 dias, doenças infecciosas como a pneumonia, a diarreia e a malária constituem a maior ameaça”, lê-se no relatório, divulgado a 10 de Janeiro corrente.

O documento indica que a África Subsaariana foi responsável por 56% de todas as mortes de menores de cinco anos em 2021, e o Sul da Ásia por 26% do total. As crianças que nascem na África Subsaariana estão sujeitas ao maior risco de morte infantil do mundo – 15 vezes maior do que o risco para as crianças na Europa e América do Norte.

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