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Daviz Simango entrou e saiu de Gaza num ambiente de violência

No segundo dia de campanha eleitoral da província de Gaza, hoje, Daviz Simango enfrentou mais um dia de violência, desta-feita, no distrito de Chókwè. Houve pancadaria entre simpatizantes do MDM e da Frelimo. A Policia foi obrigada a disparar ao ar para evitar o pior.

A entrada de Daviz Simago no distrito de Chókwè na manhã de hoje foi pacífica e até foi saudado por alguns simpatizantes da Renamo. Seguiu para o mercado local para a campanha interpessoal e no mesmo local estava uma caravana da Frelimo a seguir na mesma direcção que o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) tomava.

Pouco a pouco, o cenário ia deixando claro que dali sairia uma confusão…e não tardou.

Membros e simpatizantes dos dois partidos entraram em pancadaria com recurso a paus. A Polícia que estava presente foi obrigada a efectuar disparos ao ar para evitar que o confronto registado resvalasse num tumulto difícil de controlar.

Algumas balas usadas são verdadeiras, tal como testemunhamos, mas ninguém foi atingido.

Simango continuou com o seu trabalho namorando o eleitorado para votar em si e no MDM, e como tem sido habitual posou para fotos e falou aos jornalistas.

“Não faz sentido, estamos em plena campanha eleitoral e estamos a gastar balas, umas de borracha, outras verdadeiras num altura em que há crianças que morrem de fome, não têm acesso a cadernos, numa altura em que não há escolas, as crianças sentam no chão, não há medicamentos. Porquê não direcionar essas balas para adquirir cadernos”, questionou o candidato presidencial do MDM e criticou igualmente a postura da Polícia.

“Essas Forças de Defesa e Segurança que também achamos de ingénuas porque não precisavam disparar. Deviam prevenir que isso acontecesse”.

Ainda no distrito de Chókwè, no posto administrativo de Chilembene, Daviz Simango orientou um comício popular onde mostrou-se indignado com o que chama de intolerância política. Sobre o seu manifesto eleitoral, prometeu mudar o cenário de desemprego que leva muitos jovens de Gaza a deixarem o seu país para procurar melhores condições na vizinha África do Sul.

“Os nossos filhos quando vão para lá não é porque querem, porque este governo da Frelimo não cria condições de emprego para os jovens. O que sabem é roubar, por isso no dia 15 de Outubro vamos tirar os ladroes”.

Quando deixava o local, mais uma vez estava um grupo da Frelimo pronto para bloquear a passagem. Houve ameaça de mais uma situação de violência com recurso a paus e estacas, entretanto a situação foi controlada pelos agentes da Polícia.

No domingo, mesma situação de violência, com os mesmos moldes de actuacao, aconteceu na cidade de Xai-Xai e no distrito de Manjakazi.

O trabalho do candidato presidencial do MDM na província de Gaza terminou no final da tarde de ontem no distrito de Bilene Macia.

A província de Gaza é um autêntico bastião da Frelimo. Os dados falam por si: desde as primeiras eleições, em 1994, até hoje a oposição nunca conseguiu eleger neste ponto do país um deputado sequer para a Assembleia da República.

Para estas eleições, estão inscritos cerca de 597 mil eleitores na província de Gaza e estão disponíveis 22 mandatos para a Assembleia da República.

 

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