O ex-chefe da secreta sul-africana, Arthur Fraser acusou, esta quarta-feira, o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, de violar a Lei de Prevenção ao Crime Organizado, ou seja, de lavagem de dinheiro.
Segundo a agência de notícias MZNEWS, Fraser divulgou um comunicado anunciando ter aberto um caso na delegacia da Polícia de Rosebank, área de Joanesburgo, contra o Chefe de Estado, alegando que havia incluído, na sua queixa, imagens de vídeo e outras provas sobre um arrombamento na reserva de animais pertencente a Ramaphosa em Fevereiro de 2020, na província do Limpopo.
Fraser alegou que cerca de quatro milhões de dólares em numerário foram roubados na reserva e com suspeitos sequestrados e interrogados. Acrescentou que Ramaphosa “escondeu” o incidente da Polícia e das autoridades fiscais na altura.
A Presidência sul-africana reagiu ao comunicado de Fraser dizendo que essas acusações são infundadas, apesar de ter ocorrido um roubo na reserva do Presidente.
“O Presidente Ramaphosa deixa claro que não há base para as alegações de conduta criminosa que foram feitas contra ele na queixa de Fraser”, lê-se na nota, citada por MZNEWS, que acrescenta que “a Presidência pode confirmar que ocorreu um assalto à reserva do Presidente no Limpopo a 9 de Fevereiro de 2020 em que foram roubados os rendimentos da venda de caça”.
A nota presidencial indica que “o Presidente estava a participar na Cimeira da União Africana em Addis Abeba no momento em que o incidente ocorreu. Ao ser avisado do roubo, Ramaphosa relatou o incidente ao chefe da Unidade de Protecção Presidencial do Serviço de Polícia sul-africano para investigação”.
A Polícia confirmou que um caso de suposta lavagem de dinheiro e sequestro foi registado na quarta-feira contra Ramaphosa pelo ex-chefe da secreta Arthur Fraser.
“O Serviço da Polícia da África do Sul (SAPS) confirma que os devidos processos serão seguidos”, disse o porta-voz Coronel Athlenda Mathe.