O criminalista, Paulo de Sousa, considera “anormal” e “preocupante” o assassinato de agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), crimes que têm acontecido com muita frequência nos últimos dias.
Reagindo ao recente caso ocorrido ao início da noite de ontem na Estrada Circular de Maputo, em que desconhecidos balearam mortalmente a comandante distrital de Marracuene, Leonor Célia Inguane, o criminalista entende que esses casos devem ser analisados em vários campos de reflexão.
Paulo de Sousa não descarta a possibilidade de os mesmos estarem ligados ao crime organizado e a possíveis ajustes de contas, justificando que nos dias que correm há relatos de agentes inseridos em sindicatos criminais.
Para o criminalista, os casos de assassinatos de agentes acontecem num contexto em que há mudanças constantes ao nível da liderança da Polícia, destacando o facto de haver, por exemplo, um novo comandante-geral, novos comandantes provinciais e distritais.
“Isso também leva a um campo de uma eventual tentativa de eliminar todas as pessoas que queiram acabar com os sindicatos de crime organizado”, explica.
De Sousa alerta que, perante a luta titânica de acabar com o crime organizado instalado na corporação, há grupos que no meio desses obsctáculos procuram impor-se.
O criminalista não tem dúvidas de que o país atravessa um momento de “epidemia criminal”, e alerta para que a PRM redobre esforços não só para evitar o assassinato aos agentes, mas também para garantir a protecção de todos os cidadãos.
“A forma como os crimes têm acontecido têm requintes cinematográficos. Penso que com a nova dinâmica que está a ser introduzida na PRM a quem, eventualmente, não esteja feliz com isso. É preciso haver mudanças”, alerta o criminalista.

