A Comissão de Reflexão sobre Eleições Distritais (CRED) recomenda que não se realizem eleições distritais no próximo ano porque o país ainda não tem condições para o efeito. Ainda assim, diz que o Governo deve manter o diálogo ao mais alto nível com a oposição.
No início deste mês, o Governo indicou um grupo de pessoas para analisar a viabilidade das eleições distritais em 2024. A Comissão estudou, tirou conclusões e já entregou um relatório ao Conselho de Ministros, em que recomenda que não se realizem as primeiras eleições em 2024, “que se aprofunde o diálogo, ao mais alto nível, com as forças políticas da oposição, no sentido de buscar consenso sobre a inexistência de condições para o alargamento do modelo de governação descentralizada, em implementação desde 2019, para os distritos”.
Outra questão, não surpreendente, é a necessidade da revisão da Constituição da República para acomodar esta mudança de ideias.
Como argumento para sustentar o posicionamento, a CRED fala da falta de condições financeiras do país para realizar eleições, bem como para a efectivação da governação a nível disrital. Aliás, segundo Helena Kida, a Comissão entende que “a governação, a nível provincial, ainda não está consolidada”, por isso seria improcedente dar o próximo.
Essas percepções não novas, aliás, alguns dos membros da própria CRED já se tinham pronunciado nesse sentido. Helena Kida, porém, explicou que estas percepções foram “consubstanciadas pelas contribuições colhidas no âmbito das auscultações realizadas em todo o país”.
Por falar em contribuições colhidas, os jornalistas procuraram compreender mais sobre o modelo usado para as auscultações. A ministra só tinha uma garantia a dar. “Todas as sensibilizações da sociedade foram ouvidas”. Porém, não foi possível quantificar aamostra.