O País – A verdade como notícia

As farmácias tendem a registar cada vez mais escassez de desinfectantes e mascaras devido ao nível de procura. Por outro lado reforçaram medidas de prevenção.

Se antes da propagação do Coronavírus os desinfectantes e máscaras eram itens pouco procurados, actualmente o cenário mudou. Em cada cinco pessoas que entram numa farmácia três procuram por estes produtos para prevenção do coronavírus, segundo constatou “O País” numa ronda que fez pela cidade de Maputo e da Matola.

Entretanto o nível de procura suscita especulação de preços por parte de algumas farmácias, algo que as associações das farmácias e dos farmacêuticos criticam.

Enquanto isso, fora das farmácias o assunto de prevenção do coronavírus, por exemplo, na Matola é levado muito a sério de tal forma que nas ruas como em frente a residência oficial do Governador de Maputo há depósitos de água e sabão para qualquer cidadão desinfectar as mãos.

 

Por temerem dias piores com a propagação do coronavírus, famílias correm a procura de adquirir a maior quantidade possível de produtos alimentares e higiénicos nos supermercados e mercearias da capital.

O receio de propagação do coronavírus já se faz sentir na cidade de Maputo, com a procura pelos produtos da primeira necessidade e de higiene. Este sábado por exemplo, a baixa da capital esteve um verdadeiro caos, com um movimento desusado caracterizado por filas longas, lojas lotadas e muito engarrafamento nas vias de acesso.

“Todas mercearias estão cheias”, explica Jéssica Mabika, que desde sexta-feira procura reforçar a sua dispensa. ”Receio que nos próximos dias não possamos sair de casa, por causa desta pandemia, vou comprando tudo que poder” frisou.

Numa outra mercearia concorrida, houve necessidade de intervenção da polícia municipal para organizar a fila. “Eu só vim para comprar um produto não esperava essa fila toda, nem no final do mês temos um movimento assim” desabafou Salvador Mutumbela.

Teresia Regnifridi é da Tanzânia e missionária de igreja nossa senhora de Fátima de Naamacha, habitualmente tem feito as compras na fronteira entre Moçambique e Eswatini mas pelo medo da propagação do vírus que já esta naquele país optou pela baixa da cidade.

“Vim de Naamacha até aqui para comprar produtos alimentares e de higiene, tenho que levar muitas quantidades porque podem nos mandar ficar em quarentena, na Tanzânia, meus familiares já estão em casa fechados”, disse a irmã da igreja.

“Estamos surpreendidos com esta enchente não esperávamos, mas estamos preparados para atender todos” disse revelou Muzamane Augusto, gerente do supermercado recheio.

Para evitar aglomerado de pessoas no interior do supermercado recheio, a gerência optou por organizar as filas do lado de fora e desinfetar todas pessoas que entrassem na loja.

“Estamos a implementar as medidas que Presidente da República recomendou, dentro da loja entram cinco pessoas de cada vez”.

Os armazenistas não descartam a possibilidade de limitar as compras de produtos por pessoa caso haja eclosão da doença.

A Fundação Soico, em parceria, com o Banco Nacional de Investimento, está a desenvolver uma campanha de sensibilização sobre medidas de prevenção do novo coronavírus. Denominada “Educação para Prevenção”, a iniciativa que terá a duração de três meses.

De forma implacável e a uma velocidade de luz, o novo coronavírus tem-se espalhado pelo mundo, deixando milhares e milhares de mortos. Numa altura em que se tenta controlar a pandemia, a prevenção é vista como uma das alternativas de evitar a usa propagação.

E diante da crescente ameaça de propagação do COVID-19 no nosso país, a Fundação Soico (FUNDASO) lançou uma iniciativa denominada “Educação para Prevenção” com objectivo é veicular mensagens que ajudem as pessoas prevenirem-se do novo coronavírus.

“Esta campanha é baseada em dois dos três pilares da Fundação Soico que são a educação e cidadania, saúde e bem-estar. Queremos, através desta campanha, ser um veículo de divulgação e disseminação de informações dos vários actores da sociedade moçambicana dentre elas instituições governamentais, de ensino, a sociedade civil, entre outros”, explicou Balbina Inroga, directora de projectos da Fundação Soico.  

Com duração de três meses, a campanha conta com a parceria do Banco Nacional de Investimento e está aberta para outras instituições que queiram abraçar a causa. “Contamos com as plataformas de comunicação do Grupo Soico tais televisão, rádio e as redes sociais para este efeito”, disse Balbina Inroga, acrescentando que, como FUNDASO, “estamos abertos para constar com parceiros que possam apoiar nesta iniciativa e, desde já, agradecemos ao BNI que se juntou à FUNDASO para disseminar esta informação nos vários formatos que nós vamos estar a usar”.  

E o Banco Nacional de Investimento abraçou a iniciativa da Fundação Soico por acreditar que a disseminação da informação sobre a pandemia poderá ajudar na prevenção e garantir o bem-estar dos moçambicanos.

“Esta plataforma poderá ser o nosso método de apoio a tudo que forem as medidas e as necessidades identificadas a nível do Governo”, referiu Ancha Omar do Banco Nacional de Investimento, manifestando a abertura daquela instituição bancária em apoiar a campanha: “Esta ajuda pode ser de diversas formas, mas tudo dependerá daquilo que forem as necessidades identificadas e que podem ser resolvidas pelo apoio do BNI”.

Para o BNI, o combate e prevenção do novo coronavírus é papel de todos daí que apela as outras instituições públicas e privadas a se juntarem a campanha da Fundação Soico. “A mensagem que deixamos é que possamos todos fazer a nossa parte no sentido de garantir, primeiro a disseminação que é um calcanhar de Aquiles para o combate e prevenção a esta pandemia”, avançou Ancha Omar, apelando a todos que garantam uma prevenção a partir de casa e deste modo possa prevenir que esta pandemia se alastre e afecte mais pessoas.

Para já, o Banco Nacional de Investimento tem tomado, internamente, medidas de prevenção do COVID-19 através do uso do álcool em gel para desinfectar as mãos, redução de reuniões presenciais e trabalhos a partir de casa para os colaboradores com gripe ou constipação.

 

 

O Governo brasileiro decidiu, esta quinta-feira, encerrar fronteiras com oito países da América do Sul como  tentativa de conter a propagação do novo coronavírus.

Os cidadãos da Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru e Suriname deixam de poder entrar no país, à semelhança do que já acontecia com os venezuelanos.

Depois de várias críticas por desconsiderar a ameaça, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro adoptou medidas severas.
“O momento agora é de união de todos e de reflexão. A verdade está aí. É uma questão grave mas não podemos entrar no campo da histeria”, disse Bolsonaro, c8itado pela Euronews.

Segundo as autoridades brasileiras, citadas também Euronews, o Brasil é o país mais afetado de toda a América Latina, com mais de 600 casos e sete mortes confirmadas, todas em São Paulo e Rio de Janeiro.

Na passada quarta-feira, os adversários de Bolsonaro fizeram um protesto exigindo que o presidente tomasse medidas sérias para a prevenção do Covid-10.

“Ele não entendeu a gravidade do problema. Quando usa piadas diante de uma situação tão séria, prova que não pode governar", diz Úrsula, uma jovem manifestante.

A direcção do Instituto Politécnico de Geologia e Ciências de Saúde reuniu esta sexta-feira com país e encarregados de educação para anunciar o cancelamento da cerimónia de graduação devido ao surto novo coronavírus. A medida foi contestada pelos pais e estudantes.

A direcção do Instituto reconhece a reclamação mas diz que não tem outras alternativas.

O número de cidadãos em quarentena na Zambézia subiu de 10 para 12 pessoas.

Brigadas da Inspecção Nacional de Actividades Económicas recolheram produtos fora do prazo que eram vendidos a preços especulativos nas farmácias da cidade de Maputo. Parte dos produtos são líquidos usados como desinfectantes contra o Coronavírus.

Com a propagação do Covid-19 a escala global há uma corrida em busca de produtos de prevenção desta pandemia, com destaque para máscaras, líquidos desinfectantes e luvas.

Nas farmácias da cidade de Maputo (um total de 25 inspecionadas), por exemplo, essa procura deu lugar a inflação de preços e venda de produtos fora do prazo, segundo constatou a Inspecção Nacional de Actividades Económicas, numa acção conjunta com o Ministério da Saúde.

Por outro lado, o comportamento de alguns cidadãos face às medidas de prevenção do novo Coronavírus preocupa os inspectores, pois, há resistência na observância da higienização.

Relativamente aos stocks nos mercados, a Inspecção Nacional de Actividades Económicas garante que não há ropturas de produtos de primeira necessidade e apela a serenidade dos consumidores e comerciantes.

A Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, dirigiu, quarta-feira, um encontro com artistas e promotores de eventos culturais, para uma reflexão sobre o Impacto da Pandemia do Coronavírus na Indústria Cultural em Moçambique e estabelecer mecanismos de acção para sua mitigação.

Na sessão, foi discutida a problemática do novo Coronavírus e o impacto que poderá ainda criar para a área da Cultura e do Turismo no nosso país.

A Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, salientou que “o Coronavírus é um problema sério, pelo qual devemos todos nos preocupar e tomar medidas urgentes, visando impedir que se instale um caos. Estamos cientes da gravidade do assunto e vamos unir esforços com acções a todos os níveis, apelando, desde já, o envolvimento de todos artistas”.

No evento, ficou patente que esta pandemia está a reduzir as oportunidades de trabalho e de venda das criações e produtos artísticos, o que vai exigir dos fazedores da cultura, resiliência e reinvenção para a subsistência. Igualmente ficou clara a redução drástica do movimento turístico, com impacto negativo para a economia dos cidadãos e para o erário público. Deste facto, foi unânime a necessidade de esforços redobrados por parte do Governo e o envolvimento abnegado de todos artistas na prevenção deste mal.

Como resultado do encontro, e de todas contribuições dadas pelos artistas e promotores de eventos, o Ministério da Cultura e Turismo vai, nos próximos dias, desencadear uma série de acções que visam sensibilizar as pessoas sobre os perigos do Coronavírus, usando todas as formas da arte. A instituição vai trabalhar em conjunto com o Ministério da Saúde para elaborar o Plano Estratégico de Comunicação, bem como de Sensibilização, para reforçar as acções e medidas de combate à pandemia.

Por seu turno, a classe dos artistas e promotores culturais assumiu o seu papel privilegiado enquanto agentes fazedores e influenciadores de opinião, de mudanças de atitudes, tendo vincado o compromisso em fazer uso dos recursos artísticos como ferramenta para a difusão das mensagens de prevenção, sensibilização e combate ao novo coronavírus.

O encontro de reflexão surge após recomendações deixadas pelo Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, para a observância de medidas de prevenção contra o novo coronavírus. Para além de artistas e promotores de eventos culturais, o encontro contou com participação do Vice-Ministro da Cultura e Turismo, Fredson Bacar, e de representantes do Ministério da Saúde.

 

 

O vírus já se espalhou pelo mundo. O Covid-19 já provocou 8.784 mortos em mais de 209.000 casos de infecção registados em 150 países, indicam dados recolhidos pela agência AFP, citados pela Lusa.

Segundo os dados recolhidos a maioria das mortes foi registada na Europa (4.112) e na Ásia (3.384).

Os países mais afectados depois da China são Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes em 17.161 casos, a Espanha, com 598 mortes em 13.716 casos e a França, com 264 mortes em 9.134 casos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou esta quarta-feira a pandemia do Covid-19 “um inimigo da humanidade”.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou o número de casos confirmados de infecção para 642 e o número de mortos no país subiu para dois. Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). Das pessoas infectadas em Portugal, três recuperaram.

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou esta quarta-feira Estado de Emergência devido ao Covid-19. A declaração do Estado de Emergência já foi aprovada pela Assembleia da República.

Segundo a Euronews, o decreto determinará que o estado de emergência vigorará da meia-noite desta quarta-feira até às 23h59 de dia 2 de Abril. Quinze dias é o prazo máximo em que pode vigorar o estado de emergência à luz da Constituição. Mas, no fim desse prazo, pode ser renovado.

Fica parcialmente suspenso o exercício dos seguintes direitos: direito de deslocação e fixação em qualquer parte do território nacional; propriedade e iniciativa económica privada; direitos dos trabalhadores; circulação internacional; direito de reunião e de manifestação; liberdade de culto, na sua dimensão colectiva; e direito de resistência.

De acordo com o decreto de lei do Presidente da República sobre o estado de emergência, as pessoas que desobedecerem a determinações do estado de emergência, aprovado pelo parlamento, cometem um crime e incorrem numa pena de prisão até um ano ou multa até 120 dias, segundo o Código Penal.

 

 

O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano anunciou uma série de medidas de prevenção com vista a evitar a propagação do novo Coronavírus nas escolas públicas e privadas.

Na circular a que a Stv teve acesso, aos gestores das instituições de ensino e de formação, bem como lares e centros internatos recomendam-se as seguintes instruções: Garantir a afixação de cartazes que promovam a lavagem das mãos nos locais estratégicos, realização de acções de educação para a saúde sobre higiene e outros hábitos saudáveis através de palestras e comunicação interpessoal, assegurar a entoação do Hino Nacional escalando duas a três turmas por turno, não devendo ultrapassar 300 alunos, mantendo uma distância de pelo menos um metro. Os restantes alunos permanecerão nas respectivas salas de aulas, assegurar a disponibilidade de água e sabão, cinza ou desinfectante na entrada e no interior das escolas, assegurar nas aulas de educação física, a prática de exercícios que não impliquem contacto físico, mantendo-se a distância de um metro.

Já aos alunos recomenda-se a ficarem em casa se tiver sintomas de gripe ou constipação, evitar tocar em corrimões, paredes, maçanetas e outras superfícies, não partilhar comida nem utensílios, não partilhar material escolar e de trabalho e evitar apertos de mão, beijinhos e abraços.

Em relação aos transportes escolares, a circular indica que os transportadores não devem exceder a capacidade máxima da viatura, manter as janelas do transporte escolar abertas para garantir a ventilação.

E mais, a interrupção das aulas e ou encerramento das escolas só deve acontecer caso se identifique um caso de Covid-19 em um funcionário, aluno ou professor nos últimos 21 dias que antecederam o diagnóstico.

 

 

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