O País – A verdade como notícia

O número de pessoas diagnosticadas com a COVID-19 aumentam de 115 para 119, nas últimas 24 horas no país.

As novas infecções detetadas em 242 pessoas testadas pelo Instituo Nacional de Saúde são do distrito de Búzi, em Sofala, cidade de Maputo e Palma, em Cabo Delgado.  

 

 

O Presidente da República falou, esta tarde, à Nação. Na sua comunicação, Filipe Nyusi frisou que ainda não chegou o momento de os moçambicanos relaxarem as medidas de prevenção contra o Coronavírus.

Ainda esta tarde, o Chefe do Estado criticou alguns cidadãos que não têm levado a sério o Estado de Emergência, comportando-se como se o país e o mundo não estivessem a enfrentar um problema sanitário grave. A crítica foi extensiva a algumas religiões, que também desobedecem o distanciamento social indispensável para conter a propagação do Coronavírus no país. “A COVID-19 está entre nós. A falha de um pode afectar a todos”, afirmou o Presidente da República numa comunicação em directo.

Segundo entende Filipe Nyusi, os próximos 15 dias, o que resta para o Estado de Emergência em vigor terminar, serão decisivos nesta nova fase de combate ao Coronavírus em Moçambique.

Além de realçar a necessidade de os moçambicanos cumprirem com o que as autoridades de Saúde têm dito, o Presidente da República fez balanço das primeiras duas semanas deste segundo período de Estado de Emergência. E Nyusi disse que no estrangeiro 13 moçambicanos foram infectados pelo Coronavírus, dos quais um morreu.

O Presidente da República realçou o trabalho dos jornalistas na disseminação do conhecimento sobre a COVID-19 e autorizou o regresso aos treinos de atletas de alto rendimento, como de vela, boxe, voleibol de praia,  natação e judo, com respeito ao distanciamento social.

 

Subiu para 115 o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus em Moçambique. Nas últimas 24 horas mais oito pessoas foram diagnosticadas positivas, das quais uma criança de 18 meses e outra de 5 anos, que ainda não se sabe da sua fonte de infecção.

Continuam a subir os números de infectados da COVID-19 no país. Mais oito pessoas foram diagnosticadas esta quinta-feira, dos quais cinco de Cabo Delgado, um de Inhambane e dois de Maputo cidade. Destes novos casos, duas são crianças, de 5 anos e residente na cidade de Inhambane, e de 18 meses, da cidade de Maputo, elevando para cinco menores infectadas no país, depois das crianças de Pemba e Dondo.

Os novos infectados são: da Cidade Maputo, mais concretamente no Distrito Urbano KaMaxakeni temos uma criança do sexo masculino de 18 meses e um indivíduo do sexo masculino de 32 anos de idade. Na Província de Inhambane foi infectada uma criança do sexo feminino, de 5 anos de idade, residente na Cidade de Inhambane. Esta criança é contacto do primeiro caso positivo reportado na Província de Inhambane. Em de Cabo Delgado há registo de cinco casos, sendo um de Afungi, nomeadamente uma cidadã de 30 anos de idade, e outros quatro de Palma Sede, respectivamente três do sexo masculino, todos com 29 anos de idade e um indivíduo do sexo feminino, de 28 anos de idade. 

Os casos reportados esta quinta-feira encontram-se todos em isolamento domiciliar e decorre, neste momento, o processo de mapeamento dos contactos destes casos.

Com estes números, o país passa a contar com 115 casos positivos, dos quais 103 de transmissão local e 12 importados. Cabo Delgado continua a ter o maior número de casos, 79, seguido da cidade de Maputo, com 22, província de Maputo, com oito casos, Sofala com quatro e Inhambane com dois casos, repectivamente.

O Ministério da Saúde esclarece que a distribuição de casos por província é feita mediante o local onde foram festas as testagens e notificações, dai que os dois casos que se encontram a cumprir isolamento domiciliário em Gaza, são contados na província de Maputo, local onde fizeram os testes, antes de seguirem para as suas residências.

No que toca a criança da cidade de Maputo, de 18 meses, o Ministério da Saúde revela que foi diagnosticada no âmbito da vigilância activa feita no Hospital Central de Maputo e que ainda está a investigar a origem da infecção. “Neste momento estamos a rastrear os país e os contactos mais próximos, mas sabemos que não foi infectados dos progenitores. Há suspeita de um avó que recentemente teve sintomas de febres, e estamos neste momento a investigar se terá sido por via desse familiar ou não. A linha de contactos está a ser investigada”, disse Sérgio Chicumbe, director nacional de Observação de Saúde no Instituto Nacional de Saúde.

Até esta quinta-feira, 14 de Maio, o país já tinha um cumulativo de 668.480 pessoas rastreados, dos quais 13.856 foram submetidos á quarentena domiciliar e 1.652 pessoas continuam em quarentena. No centro de referência de análises do Instituto Nacional de Saúde, em Marracuene, e agora no laboratório da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, foram testados 5.119 casos suspeitos, dos quais 373 entre quarta e quinta-feira.

Do total dos 373 testados, 22 são de Cabo Delgado, 1 de Nampula, 11 são de Tete, 3 de Manica, 14 de Inhambane, 2 de Gaza, 146 são da Província de Maputo e 174 são da Cidade de Maputo. 

 

Mais sete recuperados

No que aos recuperados diz respeito, houve igualmente uma subida significativa, nomeadamente em sete casos, todos de Afungi, totalizando actualmente 42 pessoas previamente infectadas e que se encontram totalmente recuperadas. Os sete recuperados são os casos 29, 32, 33, 34, 39, 49 e 54, de Afungi, distrito de Palma, dos quais cinco são do sexo masculino e dois do sexo feminino. Destes sete, quatro são moçambicanos e os restantes três são estrangeiros. “Todos cursaram sem sintomatologia e cumpriram o isolamento domiciliar, durante o período da doença”, refere o Ministério da Saúde.

A existência de novas cadeias de transmissão do Coronavírus no país aumenta a responsabilidade que todos devem ter em relação a esta doença. Por isso, o Ministério da Saúde apela que “todos juntos, devemos empreender esforços para desacelerar a progressão da COVID-19 em Moçambique”, para além de recordar que “actualmente não está disponível nenhuma vacina para a COVID-19 no mundo, e por isso, o cumprimento das medidas de prevenção é a melhor arma”, instando todos moçambicanos para que sejam promotores de saúde, divulgando, sendo vigilante e garantido o cumprimento rigoroso de todas as medidas já emanadas.

As recentes infecções derivam de vigilância activa e suspeitas nas unidades sanitárias.

O Ministério da Saúde vai iniciar o processo de retestagem dos trabalhadores da Total, em Afungi, onde permanecem 415 pessoas que vão continuar sob vigilância dos agentes da saúde.

O governo português anunciou esta quinta-feira, que vai apoiar às micro, pequenas e médias empresas moçambicanas afectadas pela pandemia da COVID-19. O auxílio de Lisboa estende-se igualmente a questões humanitárias.

Moçambique é dos países lusófonos em África que vai beneficiar de linhas de apoio financeiro do governo português, com vista a mitigar os impactos da pandemia do novo coronavírus.

Em comunicado enviado esta quinta-feira, à redacção do “O País”, a Embaixada de Portugal em Maputo informa que vai disponibilizar linhas de financiamento no valor de um milhão de 80 mil euros para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Para o caso concreto de Moçambique, o Executivo de Lisboa indica que o país beneficiará de medidas de apoio directas em diferentes sectores, designadamente, o sector privado que se tem vindo a debater com impactos muito negativos na sua actividade económica, a educação, a nutrição entre outros.

O apoio luso às empresas moçambicanas consiste em redireccionamento de 40% do Fundo Empresarial da Cooperação Portuguesa (FECOP), para o apoio às micro, pequenas e médias empresas (MPME’s) moçambicanas com dificuldades de tesouraria e liquidez, resultantes do impacto económico da pandemia da COVID-19. 

O FECOP tem como parceiros a Associação Moçambicana de Bancos e o IPEME e é operacionalizado em parceria com três bancos moçambicanos (Banco Comercial e de Investimentos, Millennium bim e Moza Banco).

O sector da educação em Moçambique entra igualmente no pacote da ajuda do governo português, que disponibilizar 250 mil euros para o Fundo de Apoio ao Sector da  educação (FASE).

Para este fundo, Portugal irá “desembolsar de imediato” a sua contribuição, tendo em conta a actual conjuntura de prevenção e resposta à COVID-19 que o Governo moçambicano adoptou e concretamente os objectivos definidos no Plano de Resposta a esta pandemia, preparado pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, para garantir a continuidade do ano académico, com todos os desafios inerentes ao encerramento das escolas decretado em 23 de Março deste ano.

Para além do auxílio luso às empresas e sector da educação, há igualmente, segundo a nota de imprensa da Embaixada de Portugal em Maputo, um fundo de 30 mil euros para o Plano de Resposta à COVID-19 apresentado pelo Programa Mundial para Alimentação, dirigido à nutrição e à adaptação dos programas de alimentação escolar que cessaram com o encerramento das escolas.
“Portugal mantém um compromisso firme com Moçambique, quer na vertente da cooperação para o desenvolvimento, assim como na do investimento e criação de emprego, bem como na resposta a catástrofes naturais que têm assolado o país como foi o caso dos ciclones Idai e Kenneth em 2019, disponibilizando ajuda humanitária, nas suas várias vertentes, mas também o apoio às empresas atingidas por essas calamidades através das linhas de financiamento FECOP e INVESTIMOZ”, sublinha o comunicado da Embaixada de Portugal.

 

Com a pandemia da COVID-19 a ganhar cada vez mais terreno em Moçambique, a FocusEconomics fala em “golpe” à economia. A previsão de crescimento do PIB foi cortada para apenas 0,5% este ano.

As perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique para 2020, se deterioraram drasticamente devido a propagação da COVID-19, cujo número de casos positivos chegou a barreira dos 100.

A FocusEconomics cortou a previsão do crescimento para 0,5% este ano, uma queda de 3,7 pontos percentuais em relação à previsão do mês de Abril e de 4,2% para o próximo ano.

Refira-se, que o Governo moçambicano prevê, no pior dos cenários, um crescimento do PIB de 2,2%.

“A principal indústria de mineração deve ser afectada pelos preços baixos das commodities (matéria-prima) e pela demanda externa, enquanto o sector de serviços será prejudicado pelas medidas de contenção implementadas. A pressão crescente para um perfil fiscal já frágil representa um risco adicional”, indica a nota dos painelistas da FocusEconomics, a que “O País Económico” teve acesso.

Os analistas referem que a economia moçambicana já vinha sendo “martelada” pelos ciclones tropicais Idai e Kenneth, que reduziram o crescimento do PIB para uma baixa de quase duas décadas em 2019.

A pandemia da COVID-19 é apontada como outro “golpe” à economia de Moçambique, pois o vírus está se espalhar rapidamente, o que obrigou a duas declarações de Estado de Emergência.

A FocusEconomics lembra que em 13 de Abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um alívio no serviço da dívida no valor de 500 milhões de dólares norte-americanos a 25 de seus países-membros mais pobres para ajudá-los a lidar com os impactos da pandemia, com Moçambique a beneficiar de um perdão de 15 milhões de dólares. 

Ainda no mesmo mês, o FMI também aprovou um desembolso de USD309 milhões para ajudar o país a atender necessidades urgentes de balança de pagamentos e fiscais decorrentes da pandemia.

ECONOMIA DA ÁFRICA SUBSAARIANA

Ainda na sua análise mensal, os analistas escrevem que a pandemia da COVID-19, que está se espalhando rapidamente, deve levar a região à recessão pela primeira vez em mais de duas décadas este ano, à medida que a demanda externa e a actividade doméstica diminuem. 

Países exportadores de petróleo como Angola e Nigéria serão os mais afectados, enquanto a recessão da África do Sul se aprofundará. O espaço fiscal limitado para responder à crise só agrava a perspectiva sombria. 

 

O presidente da Liga Moçambicana de Futebol diz que já enviou à Federação Moçambicana de Futebol a proposta dos clubes de alteração da época desportiva, esperando apenas pela aprovação em Assembleia Geral. Por outro lado, Ananias Couana diz que vai pedir prolongamento da actual época para que termine em 2021.

 

O prolongamento do Estado de Emergência em Moçambique propiciou dúvidas em relação ao início do campeonato nacional de futebol, o Moçambola, o que vai obrigar a Liga Moçambicana de Futebol a pedir prolongamento da época futebolística até 2021.

Mas não só será o prolongamento. Os clubes concordaram com a alteração da época, e a proposta já está na mesa da Federação Moçambicana de Futebol, faltando a sua aprovação em Assembleia Geral.

Ananias Couana diz que as condições para a realização do Moçambola 2020 estão criadas, faltando apenas o relaxamento das medidas de prevenção para que a prova inicie.

Ananias Couana falava durante a visita do Secretário de Estado do Desporto, Gilberto Mendes, às instalações da Liga Moçambicana de Futebol para se inteirar dos problemas do órgão que gere o campeonato nacional de futebol

Ainda esta quarta-feira Gilberto Mendes visitou a Federação Moçambicana de Futebol.

 

Os quatro casos de contaminação por Coronavírus, em Sofala, anunciados há dois dias pelo Governo, estão a preocupar o sector de saúde, tendo em conta que os doentes não têm histórico de viagens para fora ou dentro do país e ocorreram em comunidades onde os pacientes não tiveram nenhum contacto com um infectado confirmado.

Dados oficiais indicam que os quatro casos de Sofala, três da cidade da Beira e um de Dondo, no centro de reassentamento de Mutua, não tem nenhuma relação, ou seja, as duas crianças e os dois adultos infectados vivem em bairros diferentes e não têm histórico de contacto. Os pais das crianças de sete meses e 10 anos de idade não apresentam sintomas da doença. Este facto está a preocupar as autoridades em Sofala, que iniciaram de imediato a investigar o assunto, por forma  a identificar os contactos  e conter contaminações comunitárias, segundo garantiu o  Ministro da Saúde, que chegou na manhã desta quarta-feira a Beira.

Na capital de Sofala, Armindo Tiago tem encontros agendados com o governo provincial, conselho municipal da Beira e o Comité cientifico de COVID-19.

Hoje, o Ministro indicou a pertinência da descentralização dos centros de testagem da COVID-19, mas tal facto esta dependente da disponibilidade de reagentes.

Quarenta e oito horas depois da confirmação do primeiro caso da COVID-19 em Inhambane, pelo menos 24 contactos já foram identificados, entre eles 10 são da família. Todos os contactos foram submetidos a quarentena obrigatória, ao mesmo tempo que são colhidas amostras para análises laboratoriais.

Ao todo são 13 amostras colhidas e enviadas esta terça-feira para análise no laboratório do Instituto Nacional de Saúde e os resultados são esperado esta quarta-feira. Segundo o director e do INS Ilesh Jani, a medida que a investigação avança serão identificados novos contactos, mas também se algum destes contactos for der positivo para o Coronavírus, o número de contactos poderá subir. 

A fonte esclareceu que todos os contactos foram submetidos a quarentena domiciliar e vão continuar pelos próximos 13 dias, mesmo que os testes deem negativo para a doença.

Até ao momento, as autoridades de saúde ainda não sabem a origem da contaminação do primeiro caso confirmado em Inhambane, mas trabalham para identificar todos os contactos para por um lado quebrar a cadeia de transmissão, mas também poder identificar o foco de contaminação deste caso. Ilesh explicou ao “O Pais” que não se tem conhecimento de nenhum foco de transmissão comunitária na província, sendo assim difícil para já, dizer de onde veio esta contaminação.

A confirmação do caso de Inhambane só foi possível graças a vigilância activa no Hospital Provincial de Inhambane e por isso pondera-se a extensão da vigilância. É que o jovem foi a aquela unidade sanitária com tosse e dores musculares, e foi submetido a análise de malária que entretanto deram negativo. Só aí, foram colhidas amostras para teste de Coronavírus que deram positivo para a doença.

Com a criação de novos pontos de vigilância activa, pretende-se por um lado identificar novos pontos de infecção, mas também, quebrar todas correntes de transmissão.

 

O alerta foi dado pela Unicef e o motivo destas tantas mortes seria a sobrecarga dos sistemas de saúde nestes países. Os números do Fundo das Nações Unidas para a Infância baseiam-se num estudo da universidade norte-americana Johns Hopkins, citada num comunicado da organização humanitária.

De acordo com o pior de três cenários analisados no estudo, nos próximos seis meses poderão morrer até 1,2 milhões de crianças em 118 países, por causa de cuidados sanitários deficientes, provocados pela luta contra a propagação do novo Coronavírus.

Estes óbitos juntar-se-iam ainda aos 2,5 milhões de menores que morrem semestralmente nestes países, actualmente.

No mesmo período, a luta contra a Covid-19 poderá também provocar indirectamente a morte de 56.700 mulheres grávidas, devido à falta de acompanhamento antes e depois do parto, além das mais de 100 mil vítimas que já se produzem por semestre.

De acordo com a Directora Executiva da Unicef, Henrietta Fore, a confirmar-se, a situação aniquilaria décadas de progresso na redução das mortes evitáveis de mães e crianças.
"Não podemos deixar as mães e crianças serem vítimas colaterais do combate ao vírus", apelou a responsável.

Segundo o estudo da Universidade norte-americana publicado na revista The Lancet Global Health, em países com sistemas de saúde precários as medidas instituídas para lutar contra o novo Coronavírus, como o confinamento, as restrições nas deslocações e o receio de contágio das populações, reduzem as visitas aos centros de saúde e fazem diminuir o recurso a procedimentos médicos essenciais.

Entre os serviços afectados estão o planeamento familiar, os cuidados pré e pós-natais, os partos, a vacinação e os serviços de prevenção e cuidados de saúde, apontou a Unicef.

Na nota, a organização sublinha ainda que mais de 117 milhões de crianças em 37 países poderão não ter sido vacinadas contra o sarampo, até meados de Abril, por causa da interrupção nas campanhas de vacinação, provocada pela pandemia.

 

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