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Costa do Sol: sonho africano em marcha

Fotos: O País

A equipa sénior feminina de basquetebol do Costa do Sol prepara a sua participação nas eliminatórias da zona VI de acesso à Taça dos Clubes Campeões Africanos, prova a realizar-se de 6 a 16 de Novembro, em Luanda, Angola.

O sonho africano ganha, a cada dia, corpo e dimensão no “ninho” do canário. Dar o salto, em África, é o próximo passo para quem investiu e continua e investir em nomes sonantes.

Voar alto no campeonato africano de clubes é meta, mas há que ter ousadia e respeitar processos e etapas. Vice-campeão nacional, a Costa do Sol aponta para uma prestação digna na prova continental de clubes, depois de ter assegurado, nos últimos anos, a contratação de algumas atletas de selecção nacional e equilibrado o seu plantel.

MVP da Taça dos Clubes Campeões Africanos de 2019, no Cairo, Egipto, a médica Ingvild Mucauro é, sombra de dúvidas, a grande “bomba” no pouco dinâmico e atractivo mercado de transferências do basquetebol moçambicano.

Campeou no Ferroviário de Maputo, abalou para o rival Costa do Sol, num processo mediático e… longe de ser pacífico.

Experimentada e combativa, Mucauro vai emprestar a sua experiência ao Costa do Sol numa prova que conquistou em 2012 (pela extinta Liga Muçulmana), 2018 (em Maputo) e 2019 (no Cairo, Egipto) ambas edições pelo Ferroviário de Maputo.

Antes de açambarcar o segundo e terceiro anéis na sua carreira, foi vice-campeã nas edições de 2016 (Maputo) e 2017 (Luanda).

Mas há mais atletas-referência que já colocaram África a seus pés! Tal é o caso de Elizabeth Perreira, extremo que em 2012 fez parte da extinta equipa da Liga Muçulmana que conquistou a Taça dos Clubes Campeões Africanos, em Abidjan, Costa do Marfim.

Onde, curiosamente, a super-equipa da Académica fez Moçambique contabilizar a segunda Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol (ndr: Maxaquene foi o primeiro clube moçambicano a conquistar a prova, em 1991).

Tempos outros, tempos áureos. Voltando a extremo e “atiradora”. Elizabeth Perreira de desfilou no “galáctico”

Conjunto superiormente comandado por Nasir “Nelito” Salé, onde pontiicavam atletas como Clarisse Machanguana, Astou Traoré (MVP do “Afrobasket” 2017), Deolinda Carmen Ngulela, Leia Dongue, Arhorda Jasmon Covington (americana), Filomena Chefe Micato, Cátia Alar e Rute Muianga.

Tão perto esteve de conquistar a prova em 2016 e 2017, mas o Inter Clube e 1° de Agosto de Angola negaram-lhe ao vencerem, respectivamente, as finais diante do Ferroviário de Maputo.

Costa do Sol foi ainda buscar a talentosa  Eleutéria “Formiga” Lhavanguane, extremo que em 2018 foi campeã africana de clubes pelo Ferroviário de Maputo. “Formiga” falhara o título em 2017, ano em que se estreou nesta competição.

À estas, juntam-se Vilma Palmiro Afonso Covane, poste que recentemente se estreiou no Campeonato Africano de Basquetebol sénior feminino, competição que teve como palco Yaoundé, Camarões.

Covane teve a média de 2.2 pontos, 2 ressaltos e 0.3 assistências nesta prova que teve como vencedor a Nigéria.

A poste, de 24 anos, regressa ao basquetebol moçambicano pela porta do Costa do Sol, depois de ter representado o Seward County Community College e University of the Cumberlands (Patriots).

Nilza Chiziane (poste que esteve no “Afrobasket” 2019, em Dakar, Senegal), Shelsea Rafael (jovem atleta com passagens pelas selecções de formação), Eliane Ventura (extremo atiradora, com passagens pela A Politécnica e disputa de “Afrobaskets), Rosa Cossa (extremo, também, com passage pelas selecções de formação) e Gertudes Macie são outras das opções de Leonel “Mabê” Manhique para atacar o campeonato africano de basquetebol de clubes.

Mais do que contar com atletas experientes, o Costa do Sol contratou o “coach” Leonel Rodolfo Manhique, figura com um curriculum reconhecido.

Mabê foi o homem que levou o Ferroviário de Maputo a conquista do seu primeiro título africano de clubes, em 2018, após vencer na final o Inter de Luanda, por 59-56.

Em 2017, na qualidade de adjunto do espanhol Iñaki García, foi vice-campeão africano de clubes em Luanda, Angola. Mabê já levou também o Ferroviário de Maputo ao terceiro lugar em 2015, em Luanda, Angola.

Ao nível de selecções nacionais, onde fez história na formação, conquistou medalhas de bronze com as “sub-18”. O ponto mais alto da sua carreira, diga-se, foi quando qualificou Moçambique para o Mundial de basquetebol sub-19, em 2019, na Tailândia.

A presença na final do “Afrobasket” sub-18, em Maputo, garantia, desde logo, a presença inédita no Campeonato do Mundo. O gigante e dominador Mali superiourizou-se na final, vencendo por esclarecedores 86-33.

Leonel Manhique dirigiu ainda a selecção nacional de basquetebol sénior feminino no Torneio Pré-Olímpico da Sérvia, em 2020.

 

INTER E D’ AGOSTO: ADVERSÁRIOS DE PESO

1° de Agosto e Inter Clube, campeão e vice-campeão de Angola, respectivamente, serão os adversários de peso do Costa do Sol nas eliminatórias da zona VI de acesso à Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol.

O 1º de Agosto conquistou, em Julho último, o 13.º título angolano de basquetebol sénior feminino após vencer o Interclube, por 67- 60, no jogo 4 dos “play-off” da final a melhor de cinco jogos, fazendo o 3-1 na série.

As “agostinas”, bem reforçadas pelas moçambicanas Tamara Seda e Onélia Pérola Mutombene, venceram o jogo 1 (64-62), 2 (68-56) e 4 (67-60), tendo perdido o 2 (46-49).

Tamara Seda brilhou, arrancou exibições de gala e, no final, saiu-lhe o reconhecimento: jogadora mais valiosa (MVP) da 36ª edição do Campeonato Angolano de Basquetebol sénior feminino, para além de ter sido indicada como melhor na linha de lances livres.

Na Cidadela de Luanda, no decisivo duelo, Tamara Seda contabilizou 23 pontos. O D’Agosto participa nas eliminatórias na qualidade de campeão em título, enquanto o Inter de Luanda é organizador.

O Inter é o clube com mais títulos conquistados na Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol sénior feminino com um total de cinco.

As “polícias” ergueram o troféu em 2010, ano em que derrotaram na final o Desportivo Maputo por 67-63, em Bizertte, Tunísia.

Ano seguinte, ou seja, em 2011, em Lagos, na Nigéria, o Inter Clube voltou a dominar ao bater na final o Firstk Bank por 81-55.

Dois anos depois, a formação de Apolinário Paquete alcançou o “tri” ao derrotar na final do D’Agosto por um ponto: 61-60. 2014, nova vitória sobre as “militares” na final (75-74) assegurou às  “polícias” mais um título africano de clubes.  A última final ganha pelo Inter foi em 2016, em Maputo, quando bateu o Ferroviário por 67-49. O D’ Agosto contabiliza três títulos na Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol em seniores femininos: 2006, 2015, 2017.

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