O País – A verdade como notícia

Costa de Nampula é a nova aposta dos traficantes para meter drogas  

Quinhentos e trinta quilogramas de drogas proibidas foram incinerados em Nampula, resultantes de operações realizadas pela Polícia e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), nos últimos dois meses. Com os ataques em Cabo Delgado, os traficantes estão a usar mais a costa da província de Nampula para baldear a droga que depois segue para outros países vizinhos, assim como para o consumo ilícito, internamente.

A droga ilícita incinerada esta semana foi apreendida na província e cidade de Nampula há cerca de dois meses. A mesma entrou naquele ponto do país por via aérea, marítima e rodoviária. A grande operação foi feita na noite de 14 de Outubro findo, quando num posto de controlo da Polícia, no distrito de Ribáuè, foi interceptado um camião contendo 343 quilogramas de “cracke” e heroína.

Das diligências feitas, os dois indivíduos detidos disseram que os estupefacientes foram carregados na cidade de Pemba, próximo do porto, e tinham como destino a vizinha Tanzânia. Das leituras feitas, a conclusão aponta para a via marítima como sendo a mais usada pelos traficantes de droga.

“Temos o caso da Ilha de Moçambique, estamos a falar de Mossuril que tem um canal de entrada, estamos a falar também do distrito de Angoche e maior parte da droga que acabamos de apresentar foi apreendida no corredor de Ribáuè, mas vinha de Cabo Delgado via província do Niassa. A área marítima é o acesso mais facilitado que encontraram os consumidores e exportadores de drogas e usam a província de Nampula como o corredor ou o trânsito para as outras províncias bem como para os países fora”, disse Enina Tsinine, porta-voz do SERNIC.

Numa outra operação, recentemente realizada no Aeroporto Internacional de Nampula, foi apreendida uma erva conhecida por “khat” que é classificada como uma droga cuja importação e consumo são proibidos em Moçambique.

“Enquanto consolidamos o processo ligado à prevenção, vamos controlando o nosso território por forma a identificar todos aqueles que são os prevaricadores, vamos identificando os focos onde vão entrando esses produtos”, disse  Mety Gondola, secretário de Estado da província de Nampula, falando depois de testemunhar a incineração dos 530 quilogramas de droga, constituída por: 133 quilogramas de heroína, 185 quilogramas de anfetamina, 173 quilogramas de “khat”, 25 quilogramas de “crack” e 14 quilogramas de “soruma”.

Estudos internacionais colocam Moçambique como um corredor de drogas e os últimos sinais revelam que com a intensificação dos ataques terroristas na costa da província de Cabo Delgado, os traficantes estão a usar a costa da província de Nampula como porta de entrada da droga que depois segue para outros países vizinhos, assim como para a venda e consumo ilegal internamente.

Neste momento, quatro pessoas encontram-se detidas em Nampula em processos ligados ao tráfico de drogas.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos