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Corpo de Pelé em câmara ardente amanhã no Vila Belmiro

O velório de Edson Arantes do Nascimento, conhecido como Pelé, realiza-se amanhã no Vila Belmiro, casa do Santos, clube de futebol brasileiro onde começou a carreira.

O caixão de Pelé, de acordo com o programa divulgado pelo Santos, será posicionado no centro do campo, e o local será aberto ao público às 10h em São Paulo (mais cinco horas em Moçambique).

O acesso do público no Estádio acontecerá nos portões 2 e 3 e a saída será pelos portões 7 e 8. Autoridades vão entrar para prestar homenagens a Pelé pelo portão 10.

Após a cerimónia, vai acontecer um cortejo nas ruas de Santos, com passagem pelo canal 6, onde mora dona Celeste, mãe de Pelé.

Pelé vai ser sepultado no cemitério mais alto do mundo, no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, no litoral de São Paulo. O espaço foi comprado pelo rei do futebol há cerca de 20 anos, que na altura disse que o local “não parecia um cemitério” e que lhe transmitia “paz espiritual e tranquilidade”.

Trata-se do cemitério mais alto do mundo… com vista para o estádio do Santos.  Foi o próprio ex-jogador que escolheu o local há cerca de 20 anos. Será sepultado no novo andar do cemitério vertical, onde estão alguns familiares e amigos.

A lenda do futebol brasileiro, que morreu nesta quinta-feira, comprou um espaço para colocar o seu caixão no nono andar do cemitério vertical. Escolheu este número, que curiosamente tem vista para a Vila Belmiro, onde está o estádio do Santos, o seu clube de sempre, em homenagem ao pai, que usava a camisa número nove nos tempos de jogador. “Ele era avançado e usava a camisa nove. Por isso, escolhi o andar com este número e que dá para ver o estádio. Com certeza, ele iria aprovar a ideia”, comentou na altura Pelé.

O cemitério vertical, localizado no bairro do Marapé, está desde 1991 no Guinness Book, o livro dos recordes, como o mais alto do mundo, e guarda os restos mortais de parentes e amigos de Pelé.

“Escolhi pela sua organização, limpeza e estrutura. É um local que transmite paz espiritual e tranquilidade, onde a pessoa não se sente deprimida, nem sequer parece com um cemitério”, explicou Pelé, à época, numa entrevista ao jornal A Tribuna.

No mesmo cemitério estão enterrados também o irmão de Pelé, Jair Arantes do Nascimento, o Zoca, que morreu em 2020; a sua filha, Sandra Arantes do Nascimento, que morreu em 2006; bem como António Wilson Honório, o Coutinho, colega de ataque de Pelé no mítico Santos bicampeão mundial em 1962/1963, que morreu em 2019. O tricampeão mundial morreu por falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado desde 29 de Novembro no hospital Einstein, em São Paulo. Sua entrada no hospital ocorreu em virtude de uma infecção respiratória após ele contrair COVID-19 e para a reavaliação do tratamento de um câncer no cólon.

Pelé passou por uma cirurgia no cólon em Setembro de 2021 e desde então vinha sendo submetido a repetidas sessões de quimioterapia. No início de 2022, foram detectadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado.

Em 21 de Dezembro, o corpo clínico do hospital divulgou um boletim médico a informar que Pelé apresentou uma “progressão da doença oncológica” e que necessitava de maiores cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca. Por isso, o ex-jogador não teve autorização para passar o Natal em casa, como queria a família.

Apesar do quadro complicado, Pelé passou alguns dias estável e com uma leve melhoria. Nos últimos dias, porém, a saúde do Rei voltou a piorar, e ele morreu quinta-feira às 21h27 de Maputo.

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