Na Cidade de Maputo, trajadas de capulanas de várias cores, as mulheres juntaram-se para celebrar o seu dia. Música, dança e apelos para a valorização e o empoderamento da mulher fizeram parte da festa.
As capulanas eram de várias cores e estilos. Cada uma escolheu um feitio, umas levavam amarradas a cabeça, ou na cintura, outras colocaram no ombro e a maioria preferiu fazer uma peça de roupa.
Havia calor e vento, mas foi só vento para soprar a tristeza e o calor para aquecer os ânimos. Houve muita música moçambicana e dança à mistura.
“Este é o dia que temos para festejar, pelo que nós somos guerreiras, lutadoras e a mulher tem força, por isso estamos assim vestidas, todas bonitas a celebrar o nosso dia”, comemorava Ricardina Jorge, uma mulher que, junto de outras sete, conversava com “O País” ao ritmo da música “a mulher é forte” da cantora Liloca.
Os passos, guardados há dois anos por conta da pandemia, nesta data foram resgatados. Mesmo quem não tinha o som montado, usava a sua voz para tornar o ambiente mais festivo.
Carne de Porco, chouriço, frango, batata, xima e salada foram a preferência das mulheres que festejavam no bairro Maxaquene, na Cidade de Maputo.
“Começamos a preparar a nossa festa no mês passado. Tiramos 750 Meticais cada pessoa, para camiseta, capulana e a comida, até semana passada já tínhamos tudo pronto e agora é o momento de festejar”, disse Sara Fenias.
Nalguns bairros, como Chamanculo, Inhagoia, Maxaquene, Urbanização e Polana Caniço, por onde “O País” passou, quem não tinha espaço para fazer a festa em casa tirou as mesas para celebrar na rua. Afinal nada podia atrapalhar a celebração.
Se umas preferiram passar o dia em casa, outras optaram por um ambiente diferente, com mais pessoas, no mercado de peixe magumba e frango que recebeu centenas de mulheres.
Cada grupo estava na sua mesa, mas havia algo, para além da capulana que as unia. Ivone Mendes disse que o facto de serem guerreiras, como Josina Machel foi, é o que torna a mulher moçambicana diferente.
O ambiente no local era, diga-se, de grande festa, no verdadeiro sentido da palavra. Houve até uma banda a tocar para as mulheres.
Enquanto umas estavam num ambiente festivo, outras passaram o dia a trabalhar. Edite Chongo, vendedeira de castanha e amendoim, é disso exemplo.
“Não podemos parar de trabalhar, porque a nossa mãe Josina também era uma trabalhadora. Por isso, nós estamos aqui a trabalhar, mas também a festejar. Juntamos dinheiro, compramos capulanas e camisetas e tivemos um almoço diferente, isso é que fez o nosso dia ser completo”, disse a vendedeira junto das suas companheiras.
E a mensagem deixada pelas mulheres a outras é de luta, perseverança e força.