Os líderes da Conferência da ONU sobre o Clima chegaram, pela primeira vez, a um acordo de transição energética que propõe o fim dos combustíveis fósseis e a redução da emissão de gases que causam efeito de estufa.
Depois várias críticas ao projecto apresentado esta terça-feira na COP28, que não previa a eliminação dos combustíveis fósseis, tendo sido considerado incoerente e uma sentença de morte para as nações mais vulneráveis, a versão aprovada esta quarta-feira, traz um apelo às nações para que façam a transição dos combustíveis fósseis, embora não inclua um compromisso claro para a sua eliminação progressiva, como foi pedido por vários países.
O texto apela aos países a contribuírem nos esforços globais para a transição dos combustíveis fósseis em sistemas de energia, de forma justa, ordenada e equitativa, para a acelerar a acção numa década crítica.
O novo documento refere, ainda, que os países reconhecem que é necessária a rápida e sustentável redução das emissões de gases que causam efeito de estufa, em linha com a meta dos 1,5 graus, prevista no Acordo de Paris e pede que se triplique a capacidade global de produção de energias renováveis até 2030.
Pede-se ainda o desenvolvimento de uma lista de “tecnologias de zero e baixa emissão” de gases e o abandono das tecnologias de utilização de carvão.
O acordo reflete o consenso de quase 200 países que se reuniram no Dubai nas últimas duas semanas.