Dois, dos nove jornalistas que tinham fugido de terroristas após um ataque em uma das aldeias de Muidumbe, na província de Cabo Delgado, continuam desaparecidos. A Rede Moçambicana de Defensores dos Direitos Humanos deplora o “clima de terror” na província.
Conforme relatos, na noite de 31 de Outubro houve “desolação” provocada pelos terroristas no distrito de Muidumbe, em Cabo Delgado, sobretudo nas aldeias de Muatide e Muambula, nesta última onde os malfeitores assaltaram uma rádio comunitária e obrigaram a fuga de nove jornalistas com seus respectivos familiares.
Entre os desaparecidos, sete jornalistas e as famílias conseguiram refúgio em distritos seguros, sendo que dois continuam desaparecidos, “sem comunicação e sem meios de sobrevivência”, avançou no último domingo a Rede Moçambicana de Defensores dos Direitos Humanos (RMDDH).
“O ambiente de insegurança que se vive em quase todo o distrito de Muidumbe está a dificultar a deslocação dos jornalistas e as suas famílias para os distritos relativamente seguros, como Mueda e Montepuez”, diz o comunicado da agremiação, que considera o assalto à radio como “um revés no exercício do direito à liberdade de imprensa e do direito à informação”.
“A RMDDH manifesta a sua solidariedade para com os jornalistas da Rádio Comunitária São Francisco de Assis e espera que todos consigam sair das matas com segurança e saúde”, diz o comunicado, no qual a organização se predispõe ainda “a prestar apoio aos jornalistas e outros defensores dos direitos humanos vítimas da insurgência armada” na província.
No documento, a organização termina apelando ao Governo “a reforçar as medidas de segurança e protecção da população de Cabo Delgado, particularmente dos jornalistas e outros cidadãos que ainda se encontram nas matas fugindo dos ataques terroristas”.
A organização pede, igualmente, que as autoridades mantenham os moçambicanos “devidamente informados sobre o que realmente se passa em Cabo Delgado”.