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Conquistar África a pensar no mundo

Fotos: O País

A delegação moçambicana que esteve no Africano de Vólei de Praia, em Agadir, Marrocos, chegou ao país esta quarta-feira, depois de conquistar o continente. Mas já pensa no Mundial do México, com olhos postos nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2024.

Quatro duplas moçambicanas, sendo duas masculinas e outras duas femininas, deixaram Maputo à procura de conquistar o continente a partir das areias de Agadir, Marrocos. Foi uma expedição de descobrimentos a que não se assustaram pela presença de outros navegadores e a conquista acabou por ser fácil.

Os homens é que mais se evidenciaram! Duas medalhas a levantarem a bandeira bem alto no pódio de Agadir. A prata e o bronze vieram com Ainadino e Jorge e José e Osvaldo, que foram os heróis moçambicanos em Marrocos.

Ainadino diz que depois de conquistar a região austral (zona VI), onde venceram todos os circuitos, a meta era mostrar-se ao continente. Assume que não foi tarefa fácil, mas a experiência acabou por ditar as regras do jogo. Mau grado que o adversário, na final, tenha sido uma dupla marroquina, que, puxada pelo seu público, suplantou os moçambicanos.

“Nosso objectivo era atacar ao nível de toda a África e conseguir estar no pódio, no segundo lugar. Por isso digo que os nossos resultados foram satisfatórios. Não foi desta que fomos campeões, mas acredito que, da próxima, será melhor”, enalteceu Ainadino, empunhando a sua medalha e o troféu que recebeu em Marrocos.

As mulheres também foram bravas, embora as duas duplas não tenham alcançado o pódio. Vanessa e Ana Paula representaram a força da mulher moçambicana e suplantaram várias outras. Também tinham o objectivo de espalhar o seu perfume em África, depois de não mais haver espaço na região.

Mas, tal como os homens, sofreram a bem sofrer com o público que puxava pelas marroquinas. Cederam, nas meias-finais, e tiveram que disputar o bronze. Não deixaram os seus créditos em mãos alheias e contentaram-se com o pouco.

Na hora do balanço, Vanessa Muianga diz que “conquistar a medalha de bronze é muito gratificante, porque não foi fácil. Isso é fruto de muito trabalho e dedicação e penso que, das próximas vezes, vamos tentar [fazer] mais do que isso. Porém, até agora, o nosso objectivo foi alcançado, que era qualificarmo-nos para o mundial”.

A outra dupla, Ângela e Natália, terminou na sétima posição, na sua estreia absoluta em provas desta magnitude. Até porque já não tem nada a provar na região e, na próxima, vai estar melhor concentrada e preparada para conquistar África.

 

 

PREPARAR O MUNDIAL COM OLHOS VIRADOS PARA LONDRES

África está conquistada, mas não é tudo. Aliás, as duplas moçambicanas não foram a Agadir apenas para desfilar a sua classe, mas também para espalhar o perfume e alcançar o objectivo de marcar visto para o Mundial do México.

Esse visto está carimbado e os passaportes estão pintados para México. Contudo, atravessar o oceano atlântico é apenas um caminho. Um desvio que deve levar o vólei moçambicano aos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.

É assim que pensam o seleccionador nacional, Alexandre Pontela, e o presidente da Federação Moçambicana de Voleibol, Mohamed Valá.

Para Pontela “o nosso objectivo não será ir para o mundial apenas para participar, porque isso só não faz sentido, olhando para o tamanho do projecto do vólei moçambicano”. É preciso mais ambição, e a ambição é fazer com que o nível do vólei suba ao nível das principais potências mundiais”.

Mohamed Valá quer mais: “precisamos de participar mais em circuitos internacionais e mundiais para podermos aumentar os nossos índices de confiança e diminuir um pouco de pressão com o público e enfrentarmos as provas africanas para ficarmos em primeiro lugar”.

Isso é possível com trabalho, investimento e dedicação de todos, assumem todos.

África está conquistada, agora falta o mundo e o planeta.

 

 

 

Ainadino

Voleibolista

Já conquistamos África, porque acredito que alcançamos o nosso objectivo. Chegamos ao pódio e qualificamo-nos ao Mundial. Numa fase inicial, queremos chegar ao Mundial e passar da primeira fase, esse é que é o nosso objectivo, porque não é fácil competir com países que vivem desta modalidade. Todavia, temos estado a trabalhar para isso e acredito que, nas próximas fases que formos, daremos tudo de melhor para passarmos da primeira fase.

 

Vanessa

Voleibolista

Conquistar a medalha de bronze é muito gratificante, porque não foi fácil. Esta conquista é fruto de muito trabalho e dedicação e penso que, das próximas vezes, vamos tentar mais do que fizemos. Entretanto, até agora, o nosso objectivo foi alcançado, que era qualificarmo-nos para o Mundial. Vamos continuar a trabalhar bastante para que possamos conseguir bons resultados e vamos treinar muito. Vamos dedicar-nos ainda mais para chegarmos ao Mundial em boa forma.

 

Mohamed Valá

Presidente da FMV

O nosso objectivo no Campeonato Africano era estarmos no pódio e qualificar as nossas duplas, masculinas e femininas, para o Campeonato do Mundo do México. Conseguimos esse feito. Nós precisamos de participar mais em circuitos internacionais e mundiais para podermos aumentar os nossos índices de confiança, diminuir um pouco de pressão com o público e enfrentar as provas africanas para ficarmos em primeiro lugar. Para o mundial, precisamos de trabalhar e preparar melhor a nossa participação.

 

Alexandre Pontela

Seleccionador nacional

Estou muito feliz pela qualificação ao mundial. Podemos esperar uma preparação mais intensa, mais forte, porque o nosso objectivo não é ir ao mundial apenas para participar. Isso não faz sentido isso, olhando para o tamanho do projecto que o país vem desenvolvendo. Queremos estar no nível das principais potências mundiais a longo prazo. A preparação para o próximo mundial, com certeza, vai exigir muito dos nossos atletas, muita dedicação e esforço, porque nosso alvo é mostrar um excelente voleibol.

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