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Conhecida amanhã versão de Helena Taipo sobre desvio de fundos na DTM

Foto: País

Maria Helena Taipo vai a tribunal, amanhã, contar a sua versão sobre o desvio de 113 milhões de Meticais da Direcção do Trabalho Migratório, depois de os seus antigos subordinados, co-arguidos no processo, terem dito que parte do saque teve a sua autorização.

Sim, é desta vez que a antiga ministra do Trabalho será ouvida em Tribunal, depois de a data da sua audição ter sido alterada por duas vezes.

A que era titular máxima do Ministério do Trabalho deverá explicar como saíram os 113 milhões de Meticais da Direcção do Trabalho Migratório e qual foi o seu papel.

Parte deste valor desviado vinha das empresas mineiras da África do Sul, atravessava a fronteira para Moçambique com o objectivo de servir aos interesses dos mineiros quando estivessem no solo pátrio. E porque não os serviu, por desvio, Maria Helena Taipo terá de atravessar uma ponte, para ir se explicar no Tribunal Judicial do Distrito Municipal Katembe, Cidade de Maputo.

Dos arguidos já ouvidos, o dedo é apontado à antiga governante como quem autorizava as várias transferências e os levantamentos ilegais. Aliás, terá sido com base nas suas autorizações que foi possível até forjar contratos inexistentes, para se desviar dinheiro. A verba desviada foi usada para compra de cabazes, almoços de confraternização; de bicicletas, motorizadas e outras despesas teriam sido custeadas com o dinheiro que saía da Direcção do Trabalho Migratório.

A explicação de grande parte das razões, quer das transferências, quer dos levantamentos, veio do então chefe de Repartição Financeira da DTM. José Monjane confirmou ter assinado duas transferências para a Premier Group, com a finalidade de comprar cabazes. E, quando perguntado quem autorizou, o nome Helena Taipo era apontado.

Projectos como o de aquisição de 50 bicicletas em Quelimane, compra de motorizadas, reabilitação e construção de edifícios, projectos de reinserção social de ex-mineiros, como os que resultaram em contratos fraudulentos, são também algumas das matérias que Monjane teve de explicar. De novo, o nome de Helena Taipo estava lá, até porque o arguido disse que todos os projectos eram do conhecimento da antiga ministra.

O mesmo homem acusado disse, no primeiro dia da sua audição, que os 200 mil Meticais, que passou ao então chefe do Gabinete da ministra do Trabalho, tinham a ver também com Helena Taipo, mesmo sem especificar a finalidade.

Na vez do arguido Pedro Taimo, também foi questionado sobre a compra de 50 bicicletas em Quelimane para mineiros e seus familiares. Não quis dar detalhes, preferiu abster-se, mas garantiu que nenhum projecto avançava sem o conhecimento de Maria Helena Taipo.

Na verdade, só não fizeram menção ao nome de Helena Taipo os arguidos que não eram funcionários da Direcção do Trabalho Migratório ou do Ministério do Trabalho.

E pelos factos acima mencionados e outros que constam da acusação, a antiga ministra é acusada de crimes de peculato, abuso de confiança e participação económica em negócio.

Da acusação e do exposto em tribunal, que dirá Maria Helena Taipo?

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