Várias congregações religiosas juntaram-se para reflectir em torno da paz em Moçambique, este domingo, na Sé Catedral, na cidade de Maputo, no âmbito da celebração dos 28 anos do Acordo Geral de Paz. Os participantes apontaram o diálogo e a tolerância como caminhos para a almejada paz efectiva.
“Senhor e Pai da Humanidade, que criastes todos os seres humanos com a mesma dignidade e fundir os nossos corações um espírito fraterno, inspirai-nos neste novo encontro de diálogo, de justiça e de paz. Estimulai-nos a criar sociedades mais sadias e o mundo mais digno”, disse Suman Paul Anthony, da Nunciatura Apostólica em Moçambique, durante a sua oração.
Que Moçambique alcance a paz efectiva, beliscada pelos ataques armados no centro do país e pelo terrorismo no norte de Cabo Delgado, foi igualmente a prece que se ouviu nas orações.
“Se nós queremos uma paz efectiva, precisamos de dialogar com todas as forças vivas. Ainda que não concordemos com os seus pensamentos, mas precisamos de conversar. Este é o princípio de construção da paz”, considerou Albino Mussuei, do Conselho das Religiões de Moçambique.
É este princípio de diálogo e de respeito pelo próximo, sem preconceitos, que as congregações que este domingo rezaram por Moçambique esperam que haja.
“Estou ciente de que o diálogo inter-religioso vai aproximar mais as pessoas e juntas manter a integridade da fé sem omitir a preservação daquilo que é o bem mais precioso que é a paz, harmonia, concórdia e a convivência sã”, afirmou Eneas Comiche, presidente do Conselho Municipal de Maputo.
Assim, como servos de Deus, Comiche espera que as regiões espalham o amor, promovam os direitos das mulheres, homens, crianças lutem pela injustiça, pelo fim da fome e pobreza, incluindo “todas as formas de opressão e do tráfico de seres humanos”.
O encontro inter-religioso que decorreu sob o lema “Paz sem fronteiras” e contou com a presença do embaixador da União Europeia em Moçambique, Antonio Sánchez-Benedito Gaspar; e do arcebispo da Igreja Católica, Dom Francisco Chimoio.