Na sequência da ameaça de agravamento da tarifa de transporte público de passageiros, feita pelos transportadores da região do Grande Maputo, na última segunda-feira, devido à falta de compensações prometidas pelo Governo, o ministro dos Transportes e Telecomunicações, Mateus Magala, reagiu, reconhecendo a demora, mas pediu paciência aos “chapeiros”.
Segundo os transportadores, o Governo não está a cumprir aquilo que foi acordado de que este pagaria compensações aos transportadores, enquanto se regularizava o processo de subsídio ao passageiro.
“Segunda-feira, se o Governo não se aproximar a nós, por forma a explicar os contornos deste processo, iremos agravar a tarifa, pois estamos a sair lesados”, referiu-se um dos transportadores, depois do encontro havido no dia 12, com a liderança da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO).
Face ao problema, Mateus Magala fala de aspectos que bloqueiam o avanço do processo, que estão fora do seu controlo, como a falta de Bilhete de Identidade, por parte de muitos cidadãos, aliado à falta de contas bancárias.
“Mais de 60% dos moçambicanos não têm BI, muito menos uma conta bancária, então como iremos canalizar estes fundos? Por isso, temos que criar mecanismos para canalizar o fundo ao transportado. Quando o processo estiver concluído, o subsídio aos transportado será canalizado e, aí, a tarifa a ser cobrada estará a ser compensada ao passageiro”, explicou o ministro. Mas, enquanto isso não ocorre, a situação dos transportadores continuará a mesma.
“O que nós apelamos é o diálogo e boa-fé, mas, sobretudo, as lideranças do transporte privado, a FEMATRO, para que as pessoas entendam esta intenção que nós vamos, com sucesso, concluir”, referiu o ministro.
Respondendo à pergunta sobre a falência técnica de algumas empresas do ramo das telecomunicações, com participação do Estado, Magala diz que ainda este ano haverá uma decisão sobre o seu futuro.
“Estamos num processo de análise e avaliação, que eu penso que vai culminar este ano e pensamos que, a partir do próximo ano, já teremos uma visão mais clara sobre o caminho que vai corrigir os erros do passado, mas também vai criar estratégias para nos libertarmos de alguns custos que, a princípio, não deveria pesar ao Estado”, explicou o Governante.
Magala falou, também, sobre a possível privatização de empresas tecnicamente falidas. “Temos que ver todas as opções, baseadas em análises e uma honestidade intelectual, por forma a tomarmos decisões que beneficiem a população e o nosso país, pois são empresas que muito valem para nós”, comentou.
O ministro falava, esta quarta-feira, à margem da IV Conferência Nacional das Telecomunicações, que decorre de ontem a hoje, em Maputo, na sequência dos 30 anos da criação do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique.