O Presidente da República vai, esta quarta-feira, ao Parlamento para prestar o seu informe sobre o Estado Geral da Nação. As três bancadas parlamentares esperam um informe realístico e honesto, que traga os principais assuntos que marcaram este ano prestes a findar.
O informe poderá incidir sobre os principais aspectos políticos, económicos e sociais que marcaram o país este ano de 2023.
As recentes eleições autárquicas poderão merecer destaque no informe do Chefe de Estado, que deverá também tocar no recrudescimento da criminalidade, com destaque para os raptos e o terrorismo em Cabo Delgado. Os sectores sociais estratégicos como saúde e educação vão também ocupar um lugar de destaque, visto que há muitos investimentos que estão a ser feitos, mas também há muito que fazer nessas áreas.
Outra área é agricultura, um sector-chave que tem tido redução nos investimentos públicos, mas que precisa de ser acarinhado, visto que abrange a maior parte da população.
O investimento público em sectores de estradas e a electrificação do país, cuja meta é abranger toda a extensão territorial até 2030, são um item a ter em conta, em que se inclui a expansão do abastecimento de água potável e o melhoramento do saneamento básico.
Os investimentos no sector dos hidrocarbonetos (gás e petróleo) vão integrar as páginas do discurso do Presidente da República numa altura em que a própria Assembleia da República aprovou, recentemente, o Fundo Soberano, que vai gerir as receitas do gás.
E as bancadas parlamentares da Assembleia da República falam das expectativas, que têm em relação à vinda do Chefe de Estado. Feliz Silvia, porta-voz da Frelimo, diz que espera um informe pedagógico cheio de realizações, mas também que aponte desafios.
“Se formos a avaliar os aspectos de desenvolvimento socio-económico, podemos dizer que foi um ano marcado pela construção de diversas infra-estruturas económicas e sociais. Na área económica, sabemos que há várias estradas que foram sendo reabilitadas que podem permitir a ligação entre os principais centros de produção e os mercados”, disse Silva.
E a Renamo avança que espera do Chefe do Estado um informe que satisfaça os cidadãos moçambicanos.
“Não precisamos de filosofias nem de muita coisa, a insurgência em Cabo Delgado, a questão dos sequestros, a questão de custo de vida, a questão das eleições autárquicas e o uso da força excessiva deviam dominar o informe do Chefe do Estado”, sugeriu o porta-voz da bancada da Renamo, Arnaldo Chalaua.
Fernando Bismarque, deputado do MDM, quer uma radiografia real do país, passando pelas abordagens sobre o custo de vida e explicações em torno da Tabela Salarial Única.
“É fundamental pronunciar-se sobre o custo de vida, porque, hoje, há uma degradação acentuada da qualidade de vida dos cidadãos e queremos ouvir sobre a situação de Cabo Delgado”, declarou Bismarque.
Por questões organizacionais e de segurança, o trânsito na Avenida 24 de Junho estará condicionado enquanto o Chefe de Estado estiver a discursar na Assembleia da República.