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Combate-se cancro no bloco operatório de Nampula

Foto: O País

O Hospital Central de Nampula realiza, pela primeira vez,  uma operação de cancro de colo do útero. São três médicos moçambicanos com especialidade nesse tipo de operações que estão à frente da campanha.

Tem 42 anos de idade, mãe de quatro filhos, e desde 2020 vive com cancro do colo do útero. O diagnóstico foi feito na província do Niassa, mas é em Nampula onde teve melhor segmento. 

“Tenho tido sangramento quando faço relações sexuais”. Foi com base nesses sintomas que se chegou ao diagnóstico da doença: disseram que tinha cancro, mas estava na fase inicial e dava para remover.

A sorte acompanhou a paciente que foi selecionada para entrar no bloco operatório do Hospital Central de Nampula. A partir desta segunda-feira, três médicos moçambicanos formados em ginecologia oncológica lideram a campanha de cirurgias para devolver esperança às mulheres com cancro do colo do útero.

“Temos que conseguir ter o diagnóstico ainda no começo porque é neste começo que podemos oferecer a cura, porque o cancro do colo do útero tem cura e é altamente prevenível”, explica Dércia Changule, médica gineco-oncologista envolvida na campanha retro mencionada.  

A cirurgia é complexa e demorada, levando em média 5 horas.

Ricardina Rangeiro é outra médica gineco-oncologista que faz parte do selecto número de especialistas em cirurgias daquela natureza. “Consiste na retirada do útero, do colo do útero e de uma pequena parte da vagina, bem como das trompas e dos ovários dependendo da idade da mulher”.  

Até sexta-feira esperam operar nove pacientes, mas o número pode mudar em função do estudo de cada caso, nas consultas.

Siro Daud fecha o trio de especialistas. É o único médico gineco-oncologista. Tirando os três, há mais dois em formação, num país onde o cancro do colo do útero mata mais de quatro mil mulheres por ano, pelo menos o registro de 2020 sugere mesmo isso.  

“Se todas as mulheres forem aos centros de saúde e fazerem o rastreio do cancro do colo do útero estaremos no primeiro passo de prevenção porque é lá onde se faz o diagnóstico precoce”.

Em 2021, o Ministério da Saúde introduziu no calendário nacional de vacinação a vacina contra o cancro do colo do útero, que é administrada em duas doses, de seis a seis meses, que tem como público-alvo meninas com nove anos de idade. 

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