Trinta e sete pessoas morreram devido à cólera, num total de cerca de cinco casos registados desde Março do ano passado. A informação foi avançada, esta quarta-feira, pelo ministro de Saúde, Armindo Tiago, que alertou que, se a prevenção falhar, mais pessoas poderão ser contaminadas nesta época chuvosa e ciclónica.
O país está a ser assolado por um surto de cólera, desde Março do ano passado. A doença começou na província de Niassa e alastrou-se para Zambézia, Sofala e Gaza, tendo afectado pouco mais de cinco mil pessoas e causado 37 mortes, segundo dados avançados nesta quarta-feira pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago.
“Continua em curso a vigilância dos casos de diarreia em todos os distritos do país para a detecção precoce de surtos e implementação de medidas de controlo”, disse Tiago.
Para parar a cadeia de contaminação, o dirigente fez saber que o sector de saúde vai levar a cabo uma campanha de vacinação, a partir do dia 27 de Fevereiro, nas quatro províncias onde a doença é mais preocupante.
“O país já recebeu vacinas e prepara-se para iniciar a vacinação no dia 27 do corrente mês em oito distritos, nomeadamente, Lago, Lichinga, Mandimba, Mecanhelas e Sanga em Niassa; Milange na Zambézia, Caia em Sofala e Xai-Xai em Gaza. A campanha terá duração de cinco dias e vai abranger toda a população com idade igual ou superior a um ano, devendo alcançar, no total, 719 240 indivíduos”, explicou o ministro da Saúde.
Relativamente à poliomielite, as autoridades sanitárias notificaram, no ano passado, mais de 30 pessoas com a doença, o que levou a seis rondas de vacinação.
“Neste momento, decorrem acções de fortalecimento da vigilância de casos de paralisia flácida aguda e vigilância ambiental, componentes fundamentais da resposta à pólio. Assim, o Governo continuará a empreender esforços para desenvolver todas as acções para manter o país, África e o mundo livre da pólio, priorizando reforço da vacinação de rotina e do sistema de vigilância.”
As informações foram partilhadas esta quarta-feira, durante uma reunião de avaliação da situação da cólera e poliomielite no país, liderada pela Organização Mundial da Saúde. Segundo a directora regional da OMS, Matshidiso Moeti, “a boa nova é que nenhum caso de poliomielite foi notificado nos últimos 150 dias. A campanha de vacinação aumentará a idade da população-alvo nas próximas rodadas de 2023. Isto garantirá que crianças de cinco anos ou mais estejam protegidas do vírus”.
Para o presente ano, estão previstas três rondas de vacinação contra a poliomielite em todo o país.