Morreu, no passdo dia 1, aos 92 anos de idade, o músico e saxofonista Chico da Conceição, vítima de doença.
Chico da Conceição perdeu a vida justamente no dia internacional da música no Hospital Central de Maputo (HCM), para onde foi evacuado e deu entrada pelas 10:00 horas, vindo a perder a vida meia hora depois.
De nome completo Francisco João da Conceição, o saxofonista apesentava uma saúde débil já há dois anos, situação que tendia a melhorara nas últimas duas semanas. Entretanto, na manhã de terça-feira a família foi surpreendida com o agravamento do seu estado de saúde e foi imediatamente evacuado para o HCM.
Nsta quinta-feira os restos mortais de Chico da Conceição foram a enterrar na Cidade de Inhambane, sua terra natal, numa cerimónia que contou com a presença de amigos e familiares do músico e do governo provincial, na pessoa do Governador Daniel Chapo.
O saxofonista tem deficiência visual desde 1975, mas ainda assim não vergou e fez ecoar o seu nome e o da sua província pelo mundo inteiro. Nasceu a 14 de Junho de 1927, na cidade de Inhambane, sendo ele o 3º de quatro filhos do casal João António da Conceição e Domingas Liberato Quinhas.
Chico da Conceição dedicou mais de 70 anos da sua vida à musica tendo por isso sido reconhecido por dois chefes de Estado moçambicanos. Em 1985 foi condecorado com a Ordem Samora Moisés Machel, em reconhecimento ao seu contributo na área da música. No ano 2014, pelas mãos do antigo Presidente da República, Armando Guebuza, foi atribuído a medalha de Ouro.
Em 1944, Chico da Conceição se muda para trabalhar em Vilankulo e no ano seguinte cria o primeiro conjunto musical denominado “Chico
Conceição”, que abrilhantava os bailes da Circunscrição. A partir daí vários agrupamentos foram criados pelo músico, sempre com classificação de topo. E 1948, no seu regresso a Inhambane, mais agrupamentos foram formados sempre focalizado em duas vertentes – satisfazer desde classes mais humildes às mais favorecidas actuando de forma contínua em todas as localidades da Província de Inhambane.
Chico da Conceição contribuiu para elevar esta área de saber e de actuação, transformando-a num veículo concorrente para a mobilização da sociedade face aos desafios de Moçambique e de Inhambane em particular. Notabilizou-se em grandes festividades realizados no então clube de Inhambane, com entidades locais, em tardes dançantes abrilhantadas pelo agrupamento “Melodiä”, ia mostrando o seu talento dado por Deus surpreendendo as multidões e marcando os corações de todos os presentes.
Desde cedo o saxofone tornou-se a paixão do Chico da Conceição, um namoro que iniciou em 1950, tendo iniciado com Sax Alto e permanecendo posteriormente com o Sax Tenor.
A nivel da provincia de Inhamabne, amigos e familiares recebram a noticia com profundo pesar e consternação. É para muitos um acontecimento que deixou toda a comunidade cultural de Inhambane em particular e moçambicana no geral sob forte consternação.
Em mensagem apresentada no velório do saxofonista, o Governador de Inhamabne referiu que o saxofonista notabilizou-se através da interpretação de músicas variadas e carregadas de elevado sentido de humanismo, transmitindo a realidade e o quotidiano de Inhambane e de Moçambique em geral. Desta forma, nas suas actuações, exibiu-se com universalidade e contribuiu para a promoção da identidade cultural da “terra de boa gente”, de Moçambique além fronteira, consubstanciada através da sua versatilidade artística.