O Presidente da República, Daniel Chapo, defendeu hoje, na Matola, que a classe trabalhadora é o pilar central para a construção da independência económica de Moçambique.
Ao intervir na cerimónia de abertura do VIII Congresso da OTM–Central Sindical, na cidade da Matola, o Chefe do Estado afirmou que os trabalhadores são “eles que constroem Moçambique” e que a estabilidade laboral alcançada no país constitui hoje uma das suas maiores vantagens competitivas.
Dirigindo-se aos delegados, o governante evocou a Matola como “berço industrial da República de Moçambique, coração operário de Moçambique”, destacando que ali se ergueu a memória viva das lutas laborais. Saudou os trabalhadores “do Rovuma ao Maputo, do Zumbu ao Índico”, afirmando que, apesar de cheias, secas, pandemias e crises, “o trabalhador moçambicano continua a avançar” e sustenta diariamente o progresso nacional.
Daniel Chapo sublinhou que o ano do VIII Congresso coincide com o cinquentenário da Independência Nacional, um marco que, segundo afirmou, exige a consolidação dos alicerces da independência económica. Considerou tratar-se de um “tempo fundacional” em que o presente dialoga com o futuro e em que o país deve transformar a liberdade conquistada em prosperidade merecida e dignidade para todos.
O estadista moçambicano afirmou que o encontro sindical tem relevância nacional, por representar “uma encruzilhada histórica do povo moçambicano e do trabalhador moçambicano”, num momento crucial para renovar energias, afirmar uma liderança moderna e fortalecer a missão da classe trabalhadora. Recordou o papel histórico da OTM-CS, que ao longo de quase cinco décadas “moldou consciências”, protegeu direitos e manteve acesa “a chama da justiça do trabalhador”.
No campo histórico, o Presidente da República recuperou as palavras do primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Machel, segundo quem “o caminho a percorrer é longo, sinuoso e duro. Mas não existe outro”. Reafirmou que três lições emanam dessa mensagem: a liberdade conquistou-se com sacrifício, a independência económica depende do esforço nacional e os trabalhadores permanecem no centro da República.
Além disso, alertou para as transformações globais no mundo laboral, desde o impacto da automação e da inteligência artificial ao surgimento de novas profissões e desafios de inclusão. Defendeu a necessidade de uma OTM-CS “capaz de proteger o trabalhador, sem travar o progresso”, de negociar com firmeza, dialogar com a juventude e antecipar a economia do futuro, sob pena de o sindicalismo ficar distanciado das novas realidades.
Ao destacar o lema do congresso – “Consolidação da Democracia Sindical, Justiça Laboral e Bem-Estar Social” –, o Presidente Chapo afirmou que este traduz um compromisso nacional com sindicatos fortes, trabalho digno e transformação social. Afirmou que a democracia sindical é “uma ferramenta estratégica para o nosso desenvolvimento”, decisiva para enfrentar desafios com unidade e visão de longo prazo.
Dirigindo-se ao processo eleitoral interno, advertiu que as escolhas dos delegados terão impacto directo na paz laboral e na produtividade nacional. Defendeu que a liderança sindical do século XXI deve assentar na “inteligência política, económica e social”, na negociação, na defesa da estabilidade e na visão estratégica orientada ao bem comum.
No fecho da sua intervenção, o Presidente da República reiterou o compromisso do Governo com a dignidade do trabalhador, a justiça salarial, a formação técnico-profissional e a redução da informalidade. Acrescentou que “a estabilidade só existe com diálogo social”, reforçando que sindicatos fortes e respeitados são indispensáveis para o crescimento do país. Apelou à unidade e responsabilidade histórica, afirmando que “Moçambique precisa de sindicatos fortes, de trabalhadores protegidos e de líderes íntegros e éticos”.

