Livrarias de venda de produtos religiosos, na Cidade de Maputo, estavam cheias, este sábado, de crentes que procuravam comprar bíblias, velas, vestes brancas e outros artigos para usar e presentear nesta Páscoa.
Na Livraria Paulinas, capital do país, na entrada havia uma fila de crentes que, há poucas horas para a celebração da Páscoa, tentavam ganhar tempo para comprar artigos religiosos, a serem usados numa das grandes festas da religião cristã.
Hermenegildo Chambal, que havia aguardado para entrar na livraria há mais de meia hora, contou ao “O País” que estava naquela loja porque procurava um presente para alguém que ia baptizar na noite de sábado.
“Vim comprar estas bíblias infantis para uma amiguinha da minha filha, só vim hoje porque só hoje tive tempo de o fazer, por isso tive de enfrentar a fila”, disse o crente, feliz por ter consigo fazer suas compras.
Dentro da loja, o movimento era intenso, eram tantas opções, que a escolha parecia difícil. Uns preferiam ler um trecho antes de levar o artigo e outros faziam chamadas para consultar o que comprar. Para quem sabia o que queria, o tempo dentro da loja foi mais curto.
“Levei uma bíblia infantil, levei também, o Evangelho do São Lucas, é este livro que fala das boas práticas morais para que ele cresça sabendo o que é certo e errado, seguindo os preceitos de Deus”, explicou a Jaiana Ramos.
Jaiana até podia ter saído em pouco tempo da loja, mas a fila para o pagamento também era longa, o que pressionava os livreiros, uns tratavam dos pagamentos, outros davam explicações sobre os artigos à venda e havia, também, os responsáveis por embrulhar os presentes.
Segundo a irmã Inês, responsável pela livraria, a pressão é vivida desde segunda-feira passada, mas este sábado foi pior, “parece que todos crentes da Cidade de Maputo decidiram vir à nossa loja para comprar esses artigos, como sabemos que as pessoas deixam tudo para última hora, decidimos estender o horário de funcionamento”.
Nas Paulinas, não eram procurados apenas livros, velas, vestes brancas estavam na lista de alguns crentes, pois há baptismo nesta Páscoa, e Serafim Gama, que até as 12:40 estava na fila para entrar na loja, quase perdia esses artigos para o baptismo do seu afilhado, segundo disse “seria um desastre, não consegui-los, pois seu afilhado baptizaria na noite de sábado”.
O mesmo assistia-se na casa bíblica, na zona do Ponto Final. Não havia filas de espera, mas as prateleiras já estavam vazias.
Bento Ubisse, responsável da loja disse ao “O País” que o cenário não se via desde a eclosão da pandemia e o movimento só veio reanimar as vendas da loja, que costuma fechar as 12 aos sábados, mas que neste dia em particular, o fecho estaria dependente do entra e sai dos clientes.