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BM destaca solidez do sistema financeiro

O Banco de Moçambique (BM) destacou a solidez do sistema financeiro na abertura do 42º Conselho Consultivo que decorre na cidade de Lichinga, em Niassa.

Além do balanço das recomendações do Conselho Consultivo anterior, das principais medidas de políticas tomadas em 2017 e do Balanço social, os temas em discussão na reunião em Lichinga, nos primeiros dois dias (hoje e amanhã), incluem o “Processo de Procurement e Aquisição de Bens e Serviços no Banco de Moçambique: Constrangimentos e Reformas Necessárias”, “Modelo de Planeamento Estratégico e Operacional Adoptado pelo Banco de Moçambique – Desafios e Perspectivas” e “Avaliação do Sistema de Melhoria de Desempenho e de Promoções do Banco de Moçambique”.

Já na sexta-feira, último dia do encontro, está previsto o debate em torno do tema “Comércio Transfronteiriço e Seu Impacto na Economia Local – o Caso da Província de Niassa”, que se espera que traga lições importantes sobre a problemática do comércio transfronteiriço, uma realidade de várias vilas fronteiriças do país, lembrando que através desta província, Moçambique faz fronteira com três países, nomeadamente o Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.

No discurso de abertura, o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, destacou os avanços alcançados no quadro da recuperação económica da crise que conheceu o ponto mais lato em 2016, com o aumento substancial do custo de vida.

Começou por lembrar que “realizamos o nosso Conselho Consultivo num ambiente económico marcadamente distinto do que caracterizou a edição do ano passado. Quando nos reunimos em Maputo, em finais de Janeiro de 2017, enfrentávamos uma inflação alta, em torno de 25%, ainda que em trajectória descendente, após as medidas vigorosas que havíamos tomado em finais do ano anterior”.

Zandamela destacou também que em 2017, a inflação acumulada e homóloga recuou para 5,65% e a taxa média anual para 15,1%, logrando, deste modo, colocar a inflação no nível estabelecido pelos compromissos de convergência nominal acordados pelos países da SADC.

Ainda em 2017, o Metical mostrou-se estável em relação às principais divisas transaccionadas no mercado cambial moçambicano. Após ter atingido o pico 80 meticais por cada dólar dos Estados Unidos da América em Setembro de 2016, em Dezembro do ano passado foi cotado, em média, a 58,8 meticais.

A posição externa de Moçambique melhorou, quer na óptica da balança de pagamentos (relações económicas entre Moçambique e o resto do mundo), quer na perspectiva de reservas internacionais (recursos disponíveis em moeda externa), facto que reflecte a capacidade do país de fazer face aos seus compromissos para com o exterior. Com efeito, o défice da conta corrente reduziu em 1 740 milhões de dólares, e as nossas reservas internacionais brutas aumentaram para um saldo de aproximadamente 3,3 mil milhões de dólares dos Estados Unidos da América, suficientes para fazer face a mais de sete meses de cobertura de importações de bens e serviços não factoriais, excluindo as transacções dos grandes projectos. Em finais de 2016 a capacidade de cobertura era de menos de três meses.

Já na vertente de estabilidade do sistema financeiro, o Banco de Moçambique avança que após as intervenções efectuadas em duas instituições problemáticas (extinto “Nosso Banco” e o banco Moza) em 2016, “o sistema bancário moçambicano apresenta-se mais sólido e robusto, tendo o rácio de solvabilidade incrementado de menos de 8% no quarto trimestre de 2016 para cerca de 20% em finais de 2017”.

Outro destaque, no quadro da modernização da política monetária, é a introdução da taxa de juro de política monetária, que tem como alicerce a taxa MIMO – taxa do mercado monetário de Moçambique – que guia as nossas intervenções no mercado.

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