A Comissão Nacional dos Direitos Humanos diz que o pronunciamento da Associação dos Polícias, que ameaça não destacar agentes para missões de partidos políticos, é antidemocrático e pode revelar desconhecimento da lei que rege a classe.
A Associação Moçambicana dos Polícias condenou a exposição de agentes da PRM acusados de tentar assassinar os edis de Nampula e Quelimane.
A agremiação disse que poderia haver receio em destacar agentes para missões de partidos políticos.
“Refiro-me à situação da província de Nampula e, recentemente, a província da Zambézia. Nós condenamos estes actos que estão a ser praticados pelos partidos políticos. Se algum problema está a acontecer no seio da Polícia, é preciso que os partidos políticos se aproximem à Polícia da República de Moçambique; não manchar a imagem de um cidadão. Estando em sua casa a ver televisão e ver o seu pai ou irmão ser apresentado, publicamente, como assassino, como um indivíduo que está a criar terror, enquanto ele foi destacado para garantir a ordem, segurança e tranquilidade pública…”, lamentou o presidente da Associação Moçambicana de Polícias.
A Comissão Nacional dos Direitos Humanos diz que os pronunciamentos feitos pelo presidente da agremiação são contra as regras democráticas.
“A PRM é apartidária; tem a obrigação de proteger todos os cidadãos. Isso resulta da Constituição e da Lei da PRM. Se isso se falou, penso que foi um lapso de língua ou não conhecimento das regras que existem. O pronunciamento de que não vão proteger os cidadãos é antidemocrático”, disse Luís Bitone, garantindo que a protecção é para todos os cidadãos, independentemente da sua raça, cor ou cor partidária.
Luís Bitone disse ainda que é preciso investigar ainda mais as supostas tentativas de assassinato de edis para apurar a veracidade dos factos. O presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos falava após a realização de uma conferência de imprensa sobre a segunda reunião que vai discutir a protecção de pessoas com deficiência e direitos humanos, que vai decorrer esta quarta-feira.