Eles estão de volta. Sábado e domingo, no pavilhão do Maxaquene, vão dar corpo ao “Torneio Retoma” de basquetebol 3×3, uma vertente lançada em Moçambique pela Liga Moçambicana de Basquetebol em Outubro de 2019.
Urbano, excitante e inovador! Dinamismo e rapidez são, essencialmente, as expressões que definem uma variante mais condensada, mas rápida, do basquetebol que nos últimos anos ganhou expressão no mundo: 3×3. Das movimentadas ruas dos EUA, ganhou força e marcou presença primeira nas olimpíadas de Tóquio. Expandiu-se, note-se, bem antes, para o continente africano.
Por ser um país com tradição na modalidade da bola ao cesto, Moçambique não podia tornar-se numa ilha. Ensaiou a vertente no passado, mas a COVID-19 travou-o. Agora, com luz verde para realização de actividades desportivas, abre-se uma janela para a sua retoma, que acontece já nos dias 21 e 22. E não havia outro recinto ideal para a disputa de jogos senão mesmo o efervescente pavilhão do Maxaquene. Palco de alegrias nossas, desgostos e registos para não esquecer. Sábado e domingo, vai testemunhar a evolução de antigos praticantes que irão corporizar os escalões “Masters” (atletas com mais de 35 anos e menos de 50 anos) e “Super Masters” (jogadores com mais de 50 anos) em masculinos e femininos.
A ideia passa por divulgar e ajudar na massificação desta forma simples de praticar basquetebol, preparando jovens para se integrarem nos clubes para a prática do basquetebol clássico com muito mais apuro técnico individual.
A roda já foi inventada e a Liga Moçambicana de Basquetebol está ciente disso, pelo que se guia pelas regras desta nova forma de fazer basquetebol.
É neste sentido que os jogos terão a duração de 10 minutos, observando uma paragem do cronómetro ou mesmo o limite de pontos: 21.
Em caso de empate, recorre-se ao sistema “morte súbita”, para além de que os tiros na zona dos 6.75 metros contam dois pontos, e dentro do limite dos 6.75 metros valem 1 ponto. Está ainda definido que, em caso de falta em movimento de lançamento, há espaço para um único lançamento.
Mais: o reinício do jogo após cesto convertido será fora da zona do tiro exterior na zona frontal à tabela, sendo que o jogador que defende deve entregar a bola ao ataque. O tempo de ataque é de 12 segundos, contra os 24 definidos e aplicados no basquetebol tradicional.
Sem um aparelho próprio de controlo de 12 segundos, há que recorrer aos 14 segundos como tempo de ataque dada a existência de capacidade técnica para o efeito.
A Liga Moçambicana de Basquetebol (LMB) definiu como prémio a dar aos vencedores do “Torneio Retoma” o valor de 10, 000, 00 Meticais para os vencedores de cada um dos escalões do “Torneio Retoma”.
O basquetebol 3×3 está a ganhar muito espaço e a tornar-se uma peça-chave para o desenvolvimento da modalidade da bola ao cesto no geral.
Uma das principais forças do 3×3 é a simplicidade, tanto nas regras do jogo quanto na infraestrutura exigida, permitindo a realização de torneios em pontos turísticos com belas paisagens. Pode ser jogado em qualquer lugar e por qualquer pessoa.
A estreia do 3×3 em competições internacionais aconteceu nos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2010, em Singapura. O primeiro evento com selecções nacionais realizou-se em 2011, com a disputa o Mundial sub-18. Em 2012, foi lançado o “FIBA 3×3 World Tour”, competição na qual as seniores representam cidades e recebem premiações em dinheiro.