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BAD e CTA investem 74 milhões de meticais para potencializar agro-negócio

Estão disponíveis cerca de 74 milhões de meticais para criar maior robustez nas Pequenas e Médias Empresas (PME) do sector agrário, através de formações, no âmbito do Projecto de Fortalecimento da Capacidade Produtiva das PME.

A iniciativa é financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento e a gestão está a cargo da Confederação das Associações Económicas de Moçambique.

O acordo, que dá sinal verde para o arranque do projecto, foi assinado esta quarta-feira. Com o gesto, pretende-se que venham dias melhores para pelo menos 300 Pequenas e Médias Empresas do sector agrário.

O Presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma, esclarece que “os 74 milhões de meticais não são uma linha de crédito directa para as empresas. São, sim, um financiamento para acções de formação tendentes a tornar as empresas nacionais do ramo do agro-negócio mais robustas e capazes de competir a nível internacional”.

Contudo, Vuma afirmou que este é o primeiro passo de um plano maior, tendo garantido que o próximo é a disponibilização de uma linha de financiamento directo para o sector agrário.

“Muito em breve, lançaremos um fundo, directamente da CTA, com o propósito de tornar o sector produtivo mais poderoso no país”, disse.

Enquanto a linha de crédito ao sector agrário não chega, o Banco Africano de Desenvolvimento, financiador do Projecto de Fortalecimento da Capacidade Produtiva das PME, diz que é preciso investir tudo na preparação dos produtores para as oportunidades.

“Estamos a olhar para o aumento da competitividade do sector neste país, tão crucial para a transformação e diversificação do país, para que possam estar preparadas de modo a aproveitar as oportunidades a serem abertas pela Zona Africana de Comércio Livre”, avançou Pietro Toigo.

O governo italiano, que também apoia a iniciativa de formação das empresas do agro-negócio, garantiu criar uma ponte para reforçar as relações entre os empresários moçambicanos e italianos.

Em 2015, no âmbito dos esforços para o desenvolvimento agrícola, foram identificados, no país, vinte e quatro polos de desenvolvimento com potencialidades para a criação de Zonas Económicas Especiais (ZEE) de agro-negócio com vista a promover o investimento em sectores-chave que possam alavancar a produção agrícola no país.

Trata-se dos distritos da Manhiça e Moamba, no “Corredor de Maputo”, Xai-Xai, Chókwè e Massingir (Limpopo), Nhamatanda, Caia, Báruè, Sussundenga, Mossurize, Macate e Vanduzi (“Corredor da Beira”), Namacurra, Mocuba e Angónia (vale do Zambeze), Malema, Ribáuè, Cuamba, Mecanhelas e Mandimba (Nacala), bem como Balama, Namuno, Montepuez e Nguri/Namacande (“Corredor Pemba-Lichinga”), que são os locais eleitos para o estabelecimento das chamadas Zonas Económicas Especiais de agro-negócio.

Este trabalho avançou pouco e, por isso, a contribuição do sector no PIB continua baixa, embora tenha sido registado um aumento nos últimos anos. Segundo dados de 2019, a contribuição do sector agrário na estrutura do PIB aumentou de 24,7 por cento, em 2014, para 27,1 por cento, em 2019.

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