Moradores e automobilistas, na KaTembe e no Zimpeto exigem a retoma das obras das estradas que ligam a Rotunda ao Centro de Saúde de Incassane e da rua do rio Revué, na cidade de Maputo. Falam de constrangimentos às viaturas e de problemas à saúde, devido a poeira e paralisação dos trabalhos.
A estrada da subida de Chamissava, no distrito municipal Katembe, cujas obras de pavimentação iniciaram na Rotunda e deveriam terminar no centro de saúde de Incassane, segundo ilustrava a placa que havia sido montada neste local.
O troço de 3.2 quilômetros deveria ter sido concluído em Agosto de 2023, mas o que se vê até agora, são apenas 2 quilômetros pavimentados e automobilistas a somarem prejuízos, segundo contaram a nossa equipa de reportagem.
“Nós passamos dificuldade de verdade, porque tem muitas covas e há muita gente lá mais adiante para o cemitério, mas os carrinhos que nem minibus não vão até lá. Devido a este problema, a suspensão das nossas viaturas fica danificada”, contou Emmanuel Nhanza, automobilista.
O que agrava a preocupação dos automobilistas é o facto de há dez dias, o edil da cidade de Maputo, Rasaque Manhique ter anunciado o troço entre o rol das vias completamente pavimentadas.
“Foram reabilitadas e pavimentadas mais de vinte vias, entre elas, a rua Marien Maqueba, avenida 24 de Julho e a rua da subida de Chamissava, reforçando a ligação entre bairros e melhorando a mobilidade”, disse o edil, nas celebrações do dia da Cidade Maputo.
Porque não é o que se vê no terreno, os automobilistas exigem a retoma dos trabalhos até ao local ora prometido.
“ Essa situação é péssima, porque já está parada há bastante tempo, já deveria ter terminado a estrada, mas devido ao que não se sabe, até aqui não há nenhuma satisfação.”, lamentou José Nhampossa, outro automobilista.
Além de danos às viaturas, a saúde está também comprometida devido à poeira.
“Só para ver, se não chove, olhamos a beira da estrada, para as árvores, aí fica colado de poeira aquilo ali, agora nós temos que pensar em nós próprios, já que as árvores, as plantas ficam assim, em nós por dentro, como é que estamos? estamos a correr risco tuberculoso, essas coisas”.
As obras estão avaliadas em mais de 65 milhões de meticais.
Situação similar assiste-se na rua do Rio Revué, onde os automobilistas dizem -se traídos pelo Município de Maputo, por ter prometido pavimentar este troço de 1 quilômetro e meio, porém, os trabalhos decorrem a meio gás.
As obras arrancaram em Agosto de 2024 e deveriam ter sido concluídas em nove meses, entretanto, um ano e três meses depois, o que se vê no terreno, é apenas um troço de menos de meio quilômetro pavimentado e obras abandonadas.
“De facto, nós quando vimos aquelas obras ali, ficamos satisfeitos, dissemos, pronto, esta via alternativa ia nos ajudar, mas vimos depois, só esse pequeno troço e terminou aqui. A gente ficou sem entender se é o dinheiro que acabou, não sabemos, de facto é uma situação difícil. Chegaram aqui, encontraram a estrada,estava numa posição que até a gente já havia habituado, só cavaram, desapareceram, depois reapareceram, então cavaram de novo, fizeram só esse trecho.”
Por aqui, os automobilistas devem inovar em manobras, para fazer face aos montões de área que danificam as viaturas.
“ Vejo que isso aqui talvez foi uma burla para o governo, prometeram que essa estrada ia até lá na escola secundária, mas até agora nenhuma coisa avançou. Os carros interam, porque esta via aqui é alternativa em relação a avenida de Moçambique, porque no mercado tem engarrafamento”
Os automobilistas que usam esta via como alternativa para não enfrentar o congestionamento, na Estrada Nacional Número 1 dizem-se prejudicados.
As obras da estrada da rua do Rio Revué estão orçadas em 113 milhões de meticais.
Para reagir aos assuntos, a nossa equipa de reportagem contactou o gabinete de comunicação e imagem do município de Maputo, mas não teve sucesso.

