Entraram, esta terça-feira, em operação os autocarros articulados há muito prometidos aos utentes dos transportes públicos de passageiros da região do Grande Maputo. Os primeiros dois autocarros partiram, no fim da tarde, da baixa da Cidade de Maputo para o município de Boane, com tarifa única de 25 Meticais.
Depois de várias promessas falhadas, finalmente entraram em circulação os autocarros articulados na área do Grande Maputo. A rota Baixa-Boane assistiu, esta segunda-feira, à viagem inaugural.
“Trata-se da primeira carreira, com a rota Baixa-Boane. Pretende-se que as carreiras possam cobrir a demanda das horas de ponta, no fim da tarde e nas primeiras horas do dia. Este é um serviço que abarca seis rotas. Vai-se estender para as demais rotas e, dentro de dois dias, poderá arrancar a rota Baixa-Matola Gare”, disse Armando Bembele, da Agência Metropolitana de Transportes de Maputo (AMT).
Entretanto, as actuais condições das estradas e o tráfego intenso em horas de pico suscitam dúvidas sobre o sucesso dos articulados. A AMT minimiza as críticas e diz que há condições.
“É preciso perceber que o autocarro é articulado. A única coisa de diferente que tem é o comprimento. Então, nas mesmas condições que circulam outros autocarros, estes vão também circular. Gradualmente, vamos ver que condições podemos ir criando para garantir alguma fluidez, mas eu acredito que, com estes autocarros a circularem, alguns vão deixar as suas viaturas e viajar neste, que é barato e seguro”, explicou Armando Bembele.
Cada articulado tem capacidade para transportar 150 passageiros por viagem, e o acesso é por bilhética electrónica.
Os utentes esperam que a introdução dos articulados traga melhoria no transporte público.
Trata-se de um investimento de mais de cerca de 20 milhões de rands. A operadora dos articulados, uma transportadora privada sul-africana, diz que o negócio será sustentável, apesar dos constrangimentos na mobilidade.
“Nós temos veículos com alta capacidade, que podem transportar aproximadamente 140 passageiros sentados, cerca de 20 em pé e que podem fazer 142 viagens por dia, o que significa aproximadamente 78 mil passageiros por dia, se incluirmos os passageiros em pé. Se contarmos só os sentados, pode ser abaixo disso”, explicou Patric Malambela, director-executivo do “Bus Cor Maputo e Metro”.
Os autocarros articulados tinham sido prometidos pelo ministro dos transportes e Comunicações e cruzaram a fronteira de Ressano Garcia em Dezembro do ano passado, com destino à área metropolitana do Grande Maputo, onde se espera que reduzam a ineficiência do sistema de transporte público de passageiros.