Milhares de camponeses da província de Cabo Delgado abandonaram as zonas de produção devido aos ataques terroristas, tendo comprometido as metas previstas na campanha agrícola 2019-2020.
A informação foi confirmada pelo governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, durante o lançamento da presente campanha agrícola.
“Algumas áreas de produção dos distritos do centro e norte da província influenciaram o alcance das metas visto que teríamos superado, tendo em conta a capacidade instalada em termos de disponibilidade de insumos melhorados, assistência técnica aos produtores, reforço da parceria público-privado e maior engajamento dos produtores”, revelou Valige Tauabo sem avançar dados sobre o número de camponeses afectados, áreas de produção e as metas previstas nos locais abandonados devido a insegurança.
Entretanto, além dos ataques terroristas, na última campanha agrícola, Cabo Delgado registou perdas na produção devido a pragas que destruíram várias culturas, segundo confirmou Adriano Maleiane Ministro da Economia e Finanças que procedeu a abertura oficial da campanha agrícola 2020-2021 ao nível da província.
“A produção do sector foi também condicionada pela ocorrência de pragas, nomeadamente a lagarta de funil do milho, o bezerro de folha, lagarta invasora que afectaram uma área de 904 hectares, assim como registou-se inundações que devastaram 2566 hectares com um peso de 0, 6% da área semeada na província”.
Na campanha agrícola 2019-2020, a província de Cabo Delgado havia planificado 574916 hectares, mas, segundo dados oficiais, apenas foram semeados cerca de 569 mil hectares.