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Assaltos na Fronteira de Ressano Garcia reduzem abastecimento de produtos no Zimpeto

Há escassez de produtos alimentares de primeira necessidade no Mercado Grossista do Zimpeto, na Cidade de Maputo. O medo de viajar para a África do Sul devido aos assaltos na via é um dos principais factores que contribuem para a situação.

Desde o ano 2022 que é arriscado viajar de Moçambique para África do Sul devido a frequentes assaltos, ao longo da via, protagonizados por desconhecidos.

Devido à redução de viagens para a terra do rand, alguns produtos de primeira necessidade escasseiam no Mercado Grossista do Zimpeto, o maior do país.

Em entrevista ao “O País”, os micro-importadores nacionais explicaram que a situação tem tornado os dias cada vez mais difíceis devido aos assaltos que têm sido recorrentes, nos últimos dias, nas proximidades de Libombo, na entrada da África do Sul, por via de Ressano Garcia.

“Arriscamo-nos bastante em ir para a África do Sul, simplesmente porque precisamos de alimentar as nossas famílias, a situação não está fácil. Os assaltantes andam com armas, atiram-nos pedras e pneus e até matam”, contou Isaura Vasco, micro-importadora.

Júlio Muianga é importador de cebola. Decidiu limitar as viagens porque teme o pior, após ter presenciado, na semana passada, um assalto a uma viatura.

“Eram seis jovens que invadiram o nosso carro. Eles queriam descarregar batatas e atiraram-nos pedras, umas pedras grandes, e partiram todos os vidros do camião. Eu fui lesionado naquele dia e ultimamente tenho passado por ali com muito medo”, contou Muianga.

O congestionamento de camiões, ao longo da Estrada Nacional Número 4, agrava a situação causada pelos assaltos.

Por exemplo, devido ao problema, o Mercado Grossista do Zimpeto já começa a registar escassez de alguns produtos, com destaque para a batata. Ademais, há também agravamento dos preços.

O saco de batata, que há duas semanas custava entre 200 e 300 Meticais, agora chega a ser vendido a 450 Meticais.

Por sua vez, a Associação dos Mukheristas exige reforço de segurança nas zonas onde ocorrem os assaltos.

“Exortamos as autoridades a resolverem o problema porque constitui um prejuízo não só para nós, mas também para os próprios consumidores”, apelou Sudekar Novela.

Há cerca de uma semana, o consulado sul-africano emitiu um comunicado, segundo o qual, as viagens de e para África do Sul devem ser feitas somente em situações extremamente prioritárias, até haver garantia de segurança efectiva.

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