Quando se fala de turismo baseado na natureza, é indispensável a participação das comunidades na conservação do meio ambiente. Por isso, o primeiro painel deste segundo dia da Conferência Internacional do Turismo Baseado na Natureza debateu o tema “Estabelecendo parcerias comunitárias e enaltecendo a partilha dos benefícios”, no hotel Polana, em Maputo.
Os intervenientes do painel foram claros em relação ao envolvimento das pessoas locais na conservação. Mehalah Beckett, Gestora Regional da Intrepid Group Nepal, por exemplo, lembrou que o turismo é uma forma de diversificação de receitas, pelo que se deve garantir que as relações com as comunidades sejam eficientes, com benefícios definidos de forma clara, pois assim será possível garantir a sustentabilidade das relações. Para Beckett, no âmbito da conservação, as comunidades devem decidir como querem alocar os fundos que ganham.
Colleen Begg, do Projecto Carnívoros do Niassa, no Norte do país, concordando com a participação das comunidades na dinamização do turismo baseado na natureza, explicou que a maior parte das pessoas, nas zonas rurais não entende nada de orçamentação, por isso, é importante prover a formação naquelas regiões. Além disso, o aconselhamento também é necessário. “Quando a comunidade decide optar por uma decisão errada, devemos explicar as vantagens e prejuízos do que é decidido. Neste processo, a confiança é relevante, porque senão nada do que for discutido vai funcionar, e cada comunidade tem suas especificidades”, afirmou Colleen Begg.
O painel também contou com Richard Kasoo, Director Regional da Northern Rangelands Trust Kenya, quem entende que o Governo deve garantir condições para as comunidades se envolverem com interesse na preservação da vida selvagem.