O terceiro painel da Cimeira EUA-África debate sobre “África à beira de um boom de gás natural liquefeito”. No evento a decorrer esta tarde no Centro de Conferências Joaquim Chissano, na cidade de Maputo, está o Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, quem, dissertando sobre o tema proposto à reflexão, afirmou estar à espera de que a implementação dos projecos de exploração da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, tenham impacto na transformação de Moçambique, dos países da região austral e do continente em geral, o que também depende de muitos investimentos provenientes dos Estados Unidos da América.
Em primeiro lugar, segundo Tonela, os benefícios da exploração do gás no Norte do país devem ser dos moçambicanos. Por isso o Governo previu lançar concursos públicos para que as empresas interessadas possam contribuir na adição de valores no país, promovendo empresas locais, gerando oportunidades de negócio com capacitação focada nas Pequenas e Médias Empresas.
Reconhecendo que Moçambique não tem muito conhecimento na indústria do gás, a prioridade do Governo tem sido formação das pessoas, maximizando postos de empregos que podem ser ocupados por moçambicanos. “Estamos a desenvolver com a Anadarko uma iniciativa virada para a área vocacional. É possível formar em curto tempo, com menos recursos, profissionais que serão procurados durante a exploração e que, depois, possam ter oportunidades de trabalhar em qualquer canto do mundo em áreas afins”.
Tendo em conta o potencial existente na bacia do Rovuma, Max Tonela espera que sejam apresentados projectos adicionais que contribuam para tornar Moçambique um dos maiores países produtores de gás do mundo.
Ainda assim, frisou o dirigente, Moçambique não quer ser um país dependente da produção do gás. Quer, sim, que a exploração do gás contribua para alavancar a economia nacional, que deve continuar assente nas modalidades tradicionais.