Um estudo do International Growth Center (IGC) revela que apenas 36 por cento dos adultos moçambicanos têm uma conta bancária. O estudo foi ontem revelado, em Maputo, no seminário intitulado “Desafios da Inclusão Financeira em Moçambique: Interoperabilidade e Literacia”, organizado pelo IGC e pelo Banco de Moçambique.
O número de adultos com conta bancária aumenta para 40 por cento quando se incluem as contas de dinheiro móvel. O estudo considera que as contas bancárias, o dinheiro móvel e outras tecnologias de financiamento (fintech) têm o potencial de promover a inclusão financeira, porque dá as pessoas a capacidade de ter uma renda mensal e de lidar com choques a longo prazo. De acordo com o comunicado enviado à nossa redacção, o IGC considera que assegurar que os indivíduos e as empresas tenham acesso a produtos ou serviços financeiros, garante que o crescimento económico do país seja inclusivo.
Um outro estudo do IGC, apresentado durante o seminário, da autoria de Sandra Sequeira, professora no London School of Economics, mostra que ter acesso a uma conta móvel (dinheiro móvel) pode reduzir as diferenças no desempenho económico de microempresários. No estudo, os vendedores de alguns mercados de Maputo participaram de uma formação básica sobre negócios e tiveram acesso a contas de dinheiro móvel, o que resultou num aumento significativo do nível de desempenho económico e literacia financeira. Esta experiência também ajudou as vendedeiras a atingirem os mesmos níveis de desempenho económico que os colegas de sexo masculino, além de incentivar aos microempresários, independentemente do sexo, a pouparem os seus rendimentos.
Neste seminário foram discutidas questões sobre a inclusão financeira com os representantes do Banco Central, do sector privado e da sociedade civil. O seminário contou ainda com a apresentação da directora executiva do Financial Sector Deepening Moçambique (FSDMoç), Esselina Macome e do professor da Universidade Nova de Lisboa, Steffen Hoernig.
O IGC é uma instituição baseada na London School of Economics e tem como objectivo promover o crescimento sustentável nos países em desenvolvimento, através de aconselhamento de políticas, em resposta às demandas dos Governos.