O País – A verdade como notícia

Angola em Estado de Calamidade para fazer face à crise

A partir desta terça-feira, os restaurantes angolanos já podiam abrir, mas apenas para servir almoços. Esta é uma das várias medidas permitidas pelo Estado de Calamidade, esta segunda-feira aprovado em Luanda, após 60 dias de Estado de Emergência devido à pandemia da Covid-19.

Angola é um dos países africanos elogiados pela Organização Mundial de Saúde pela forma como reagiu à propagação global do novo Coronavírus, somando 70 casos registados de infecção, incluindo quatro mortos com Covid-19.

Em declarações à Euronews, o representante da OMS em Angola, Javier Aramburu, considerou “uma medida necessária”, a transição do estado de saúde pública no país, um dos oito africanos destacados pela organização da ONU como exemplo no continente devido às acções de prevenção e combate ao SARS-CoV-2.

Javier Aramburu não identificou os outros sete países e admitiu que a testagem ainda é reduzida “por causa do abasatecimento”, mas elogiou como “um bom indicador o número de pessoas assintomáticas em relação aos casos confirmados com sintomas”.

“Essa proporção é muito boa, mesmo não havendo uma grande quantidade de testes a nível nacional e um número mínimo por dia”, precisou o representante peruano da OMS em África.

Em relação a Angola ter sido considerada um exemplo em África, Aramburu afirmou que “o país logrou passar de uma restrição com muitos poucos casos, menos de 50 casos, a poder flexibilizar e minimizar o impacto nas actividades essenciais da população”.

“Isso só se pode lograr quando o controlo da transmissão é importante”, sublinhou.

Angola manteve o estado de emergência de 27 de Março a 25 de Maio. Nesse período realizou 8.112 testes, dos quais apenas 70 resultaram positivos, e manteve em quarentena institucional 1.050 pessoas.

Quanto ao Estado de Calamidade, agora em vigor, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil de Angola, Adão de Almeida, garantiu que “estas medidas não representam um afrouxamento, nalguns casos há até um reforço para melhor regular algumas actividades”.

O ministro informou que não há reabertura imediata dos serviços, usando-se a estratégia de adaptação, sendo a reavaliação constante.

Um primeiro grupo será reaberto dentro de 15 dias e o segundo 15 dias depois, continuando assim a lógica quinzenal, avançou Adão de Almeida.

Os estabelecimentos devem assegurar o uso obrigatório de máscara, assim como das outras medidas de higiene pessoal e ambiental e preparar um plano de segurança específico para a Covid-19.

A capacidade máxima de pessoas dentro dos estabelecimentos deve estar afixada e as filas de espera terão de ter um espaçamento de, no mínimo, dois metros.

Estes locais terão de disponibilizar soluções para a higienização das mãos, localizados perto da entrada do estabelecimento e garantir a higienização, pelo menos três vezes por dia, das instalações sanitárias e dos espaços.

Dentro dos referidos 70 casos positivos de Covid-19 registados em Angola e além dos quatro óbitos, o país contabiliza 18 pessoas recuperadas e 48 casos activos.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos