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Analistas dizem que Roque Silva leu as mensagens do CC ao demitir-se do cargo de secretário-geral

Já não havia condições para que Roque Silva, Secretário-geral da Frelimo, continuasse como o número dois do partido. Fernando Lima e Ismael Mussá dizem que Silva conseguiu ler as mensagens que o Comité Central estava a transmitir desde sexta-feira ao não anuir a sua candidatura.

É o fim de uma jornada de quase sete anos. Roque Silva jogou a toalha no chão ontem ao renunciar o cargo de secretário-geral, que ocupava desde 2017.

Após a derrota nas internas dos camaradas, ontem, na primeira volta, Roque Silva desistiu da corrida interna para a eleição do candidato presidencial da Frelimo nas eleições de 9 de Outubro.

Para o jornalista Fernando Lima, a demissão reflete aquilo que Roque Silva “percebeu da mensagem que o Comité Central esteve a transmitir de sexta- feira até domingo”.

“Em Moçambique, parafraseando o próprio Roque Silva, é preciso que alguém queira para ele querer, logo em Moçambique ninguém se demite de modo próprio, ninguém se transformou em militante de base por modo próprio”, argumentou Lima.

Ismael Mussá, por seu turno, explicou o porquê de Silva ter se demitido.

“Não tendo conseguido ser o candidato com maior número de votos numa eleição desta, e ser o secretário-geral naturalmente que havia poucas hipóteses, mas creio que a renúncia dele tenha sido articulada com a própria direcção do partido porque seria muito difícil continuar secretario-geral não tendo conseguido votação suficiente para ser candidato do partido Frelimo”, disse Mussá.

Mussa explica que a renúncia de Silva abre espaço para uma boa reorganização para a eleição do novo secretário-geral.

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