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“Amílcar Cabral sintetiza espírito heroico cabo-verdiano”, afirma José Maria Neves

Foto: Expresso das Ilhas

Assinalou-se ontem os 50 anos do assassinato, em Conacri, de Amílcar Cabral, fundador do PAIGC, Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde.

Durante a cerimónia de deposição de uma coroa de flores no memorial Amílcar Cabral, na cidade da Praia, que decorreu esta-feira, o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves afirmou que Amílcar Cabral sintetiza o espírito heroico cabo-verdiano e que há o dever moral de homenagear o líder da independência cabo-verdiana e guineense.

“Cabral acaba por sintetizar todo esse espírito heroico cabo-verdiano. Então, é bom podermos comemorar esse dia como um símbolo porque hoje, para além do dia dos Heróis Nacionais, é o dia da nacionalidade. Simbolicamente, renascemos com Cabral enquanto comunidade política, para ter os nossos destinos das nossas próprias mãos”, afirmou José Maria Neves.

O ritual acontece todos os anos a 20 de Janeiro, data em que se assinala mais um aniversário da sua morte, assassinado em Conacri, e dia dos Heróis Nacionais em Cabo Verde.

“Temos obrigação moral de fazer uma grande homenagem a Cabral. Neste momento arrancam também as actividades do centenário do nascimento de Amílcar Cabral e vemos que pelo mundo universidades, centros de investigação, comunidades na diáspora, estão a celebrar este momento grande que é o nascimento de Amílcar Cabral”, acrescentou.

José Maria Neves sublinhou, através da imagem reproduzida por Amílcar Cabral, que o povo de Cabo Verde “é por natureza um povo heroico desde o povoamento”.

“Com muito heroísmo conseguimos resistir a uma natureza muito agreste. Depois tivemos fomes, tivemos mortandade, tivemos sempre na nossa vida enorme escassez de água e tivemos que mobilizar toda a nossa água, todo o nosso espírito, para criar Cabo Verde todos os dias e viver”, recordou.

“E ao longo da história houve momentos de grande heroísmo dos homens e das mulheres, cabo-verdianas. Temos desde o início uma luta muito grande dos cabo-verdianos, os filhos da terra, por mais dignidade, por mais justiça, foi sempre uma ânsia dos filhos da terra”, notou ainda.

Amílcar Cabral, líder independentista, formado em agronomia, conduzia desde 1960, a luta contra o regime colonial português. Acabaria por ser mortalmente baleado no dia 20 de Janeiro de 1973 em Conacri por membros do seu partido, em circunstâncias ainda por esclarecer. 50 anos depois são-lhe prestadas homenagens, nomeadamente em Cabo Verde.

 

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