Um adolescente foi agredido no recinto de uma escola privada na Província de Maputo, e a situação levou a Inspecção Provincial da Educação a reunir-se de emergência com a direcção da instituição de ensino. Não são ainda conhecidas as causas da violência.
O episódio foi despoletado por meio de um vídeo-amador, gravado no momento da violência num sanitário escolar de um colégio privado, em Maputo.
Quase ninguém quer falar do assunto, nem os pais do adolescente agredido, muito menos a direcção da escola.
Esta segunda-feira, uma equipa da Inspecção da Educação na Província de Maputo reuniu-se com a direcção da escola para se dar início a investigações sobre o que terá acontecido.
É mais um caso que se soma a vários já registados em diversas escolas do país. Um dos mais marcantes foi registado na Escola Secundária Francisco Manyanga, Cidade de Maputo, que culminou com o esfaqueamento de um aluno.
António Cipriano, especialista em educação, julga que a violência entre alunos resulta da degradação de valores morais e denota crise ética.
O académico, que atira responsabilidade aos adultos pelo comportamento dos menores, diz haver uma tendência de normalização do abominável, desde família, sociedade e Estado.
“É o reflexo de uma sociedade que se tornou violenta, em diversos sentidos, e não nos esqueçamos de que aquilo que fazemos como adultos, que vamos normalizando, acaba por se reflectir nos mais novos. Estamos aqui diante de virtudes que se aprendem pelo exemplo”, disse o académico.
Há casos já reportados, nas televisões, em que a Polícia Municipal arrasta cidadãos, em que um guarda espanca um aluno na escola. O especialista julga que o facto de esses casos pararam nas redes sociais e os alunos assistirem cria uma sociedade que normaliza essa violência
Segundo Cipriano, aqueles que filmam a violência estão insensíveis ao sofrimento do outro que sofre deste mal.
O académico julga que os acontecimentos devem conduzir a uma reflexão profunda, com vista a resgatar o papel das instituições de ensino no país.