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“Algumas asneiras” nos manuais escolares foram-nos impostas, diz Nyusi

Foto: O País

O Governo diz que quer evitar asneiras nos livros escolares, a partir do próximo ano, com a impressão de novos manuais usando recursos financeiros próprios. A promessa foi feita hoje pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.

A ferida parecia estar a sarar, mas foi nela que o Presidente da República, Filipe Nyusi, voltou a colocar o dedo. Estamos a falar da polémica sobre os livros escolares com erros. Cinco meses depois de o caso ter levantado poeira, o Chefe do Estado fez o primeiro pronunciamento público sobre o assunto, mas com sugestão de algumas soluções.

O Presidente da República entende que é chegada a hora de o país usar recursos próprios para evitar que se repita o mal.

“O Governo também passará a financiar com os seus próprios recursos o processo de produção de livros escolares de distribuição gratuita. Nós vamos começar gradualmente. Não temos muito, mas temos que começar num nível para evitar a dependência e algumas asneiras que nos são impostas e chamarem-nos nomes porque não estás livres ou independente. Teremos que embarcar nisto”, revelou o Presidente da República.

Em outras palavras: “a partir de 2023 iremos alocar um orçamento destinado à aquisição dos livros do primeiro ciclo do ensino primário, ou seja, da primeira a terceira classe. Esta medida será pioneira visto que será a primeira vez que o Governo chama a si a responsabilidade de financiar a aquisição dos livros escolares”.

O Presidente da República não pára por aí, e acrescenta que a solução para evitar que o problema de gafes em manuais de ensino se repita, precisamos de ser mais “ousados” e pensar na possibilidade de imprimir livros internamente. Não é uma missão impossível.

“O nosso objectivo nesta área é de, à medida que as condições estejam criadas, os livros escolares passarem a ser produzidos localmente e com recursos nacionais. Vocês já têm conhecimento e editam muita documentação. Imprimir e encadernar o livro, não é ciência de outro mundo, mas por causa da dependência, fazemos isso” justificou Filipe Nyusi.

Depois de detectados os erros, o manual de Ciências Sociais da 6ª classe foi substituído pela antiga versão, que tinha sido dada como descontinuada.

 

PROFESSORES JÁ TÊM UMA POLÍTICA…

O Presidente da República lançou, hoje, em Maputo, a Política Nacional do Professor. Na ocasião, Filipe Nyusi disse que o instrumento visa dignificar e valorizar a função dos profissionais.

Do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico, os professores levantaram-se numa só voz para celebrar o seu dia nesta quarta-feira.

E o dia 12 de Outubro deste ano foi especial. É que pela primeira vez, depois da independência, os professores têm uma Política que regula a profissão.

“Ninguém tem dúvidas sobre a importância singular do professor no desenvolvimento de todas as outras profissões daí ter sido elaborada uma política do professor que estrutura e sistematiza todos os aspectos relevantes e inerentes à vida social e actuação do professor”, indicou Carmelita Namashulua, ministra da Educação e Desenvolvimento Humano.

É a este professor que o Presidente da República reconhece a sua nobre missão de educar a nação, ainda que em condições desfavoráveis.

“Nós temos consciência que ainda fazemos muito pouco pelo professor, mas o que nos encoraja e consola, é o facto de termos esta consciência e a nossa vontade de querer fazer mais”, reconheceu o Presidente da República.

Foi a vontade de fazer mais que levou o Governo a corrigir as inconformidades na Tabela Salarial Única e acomodar os interesses dos professores. “Nós quando decidimos avançar com a Tabela Salarial Única, não é nenhum aumento de salário, que não haja confusão, mas o objectivo era nivelar para que o professor não seja secundarizado”, esclareceu Filipe Nyusi.

E para que tal não seja possível, a valorização da classe, de acordo com Nyusi, será reforçada pela Política Nacional do Professor, lançada esta quarta-feira.

“Esta Política é de grande significado, pois visa a profissionalização, valorização, dignificação e padronização da função docente rumo à educação de qualidade e é a primeira (Política) de Moçambique independente”, destacou o Presidente.

Nyusi sublinha, também, que o sucesso da Política Nacional do Professor dependerá do nível de conhecimento do documento pelas partes integrantes.

“O sucesso da Política do Professor e da estratégia de implementação dependerá de como ela será implementada e acompanhada, sobretudo. Por esta razão, exortamos aos sectores envolvidos na gestão dos professores para dominar o documento, que é a Política, e monitorar a sua implementação de forma regular e permanente”, aconselhou Filipe Nyusi.

E caso o documento não seja estudado, continuamos a citar o Presidente, “a Política será mais um documento e depois vamos dizer que Moçambique produz documentos, mas temos que produzir. Então, os professores têm que dominar, gestores e trabalhadores e depois encontrem um espaço para avaliar o que está a acontecer. Se não o fizerem, ocuparam-me o tempo e podia estar a trabalhar com outras pessoas”.

O país conta com mais de oito milhões de alunos, 13 mil escolas e os professores estão acima de 150 mil.

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