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“Ajudem-nos a combater a corrupção”

O Gabinete Central do Combate à Corrupção quer o envolvimento das organizações religiosas no combate a este fenômeno. Para isso, manteve, hoje, um encontro com líderes religiosos para falar do papel da religião na luta contra a corrupção.

O Gabinete do Central do Combate à Corrupção diz-se preocupado com os níveis de corrupção em Moçambique, mas considera que sozinho não está em condições de erradicar este fenômeno, daí que, segundo a directora do GCCC, Ana Maria Gemo, “a corrupção deve ser preocupação de todos”.

Isto porque o Gabinete Central do Combate à Corrupção sabe que ela está enraizada em diferentes formas e em quase toda a esfera social. Daí que um encontro com líderes religiosos poderia ajudar na erradicação da corrupção, já que estes têm um papel preponderante na educação social.

Aliás, Ana Maria Gemo defende que a educação, em matérias de corrupção deve ser dirigida em torno da prevenção de actos corruptos “para evitar falhar, para não ter que responsabilizar as pessoas, porque quando a gente vai para a repreensão, o facto já ocorreu, o dinheiro do erário público já saiu, já serviu interesses privados em prejuízo do interesse público. Então, o que se pretende é evitar que essas situações ocorram e nós contamos com a contribuição de todos vocês aqui presentes”.

Os presentes eram mesmo os líderes religiosos que, por sinal, mostram ter clareza do que a eles compete enquanto líderes espirituais dos cidadãos. Por exemplo, Hassane Magda considera “não difícil identificar o papel da religião no combate à corrupção”.

Magda defende que a religião deve ser um agente activo na “moralização da sociedade” e que só assim é que poderá distinguir o certo do errado e a corrupção, claramente, é uma coisa errada.

Essa moralização, para Dom Francisco Chimoio, significa também e principalmente incutir bons princípios nas pessoas. “Temos que pactuar por aquilo que é o bem, aquilo que constitui o crescimento normal das pessoas. E também a aquisição dos bens deve ser partindo do esforço que cada um exerce para fazer crescer esta sociedade”.

Enquanto isso, o representante do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos alertou os líderes religiosos para que não aceitem ser usados por pessoas desonestas. “Há pessoas que, em nome da religião, praticam a corrupção, entram no país em nome da religião e praticam actos de desonestidade e nesse momento nós é que ficamos em maus lençóis. Acabamos sendo mal vistos”.

O encontro com líderes religiosos promovido esta segunda-feira pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção faz parte de um leque de actividades no âmbito da semana Internacional do Combate à Corrupção, que terá o ponto mais alto a 09 deste mês data em que se assinala o Dia Mundial de Combate à Corrupção.

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