Está marcada, em princípio para os próximos meses, a Assembleia-Geral da AEMO
(Associação dos Escritores Moçambicanos). É um marco importante para a agremiação, pois poderá culminar com a eleição dos novos corpos directivos, já que o actual elenco, que tem como secretário-geral Carlos Paradona, está em fim de mandato. Um ciclo que teve um primeiro mandato notável, tendo porém tido alguns problemas no segundo (foram dois mandatos), onde não teve o apoio de uma franja relevante dos membros, pela forma como o processo eleitoral foi conduzido, sem transparência, levantando clivagens internas.
A AEMO tem um histórico de eleições pacíficas desde a sua fundação. Com Rui Nogar a dar o mote, passando por Albino Magaia, Suleimane Cassamo, Lília Momplé, Armando Artur, Juvenal Bucuane, Jorge Oliveira, Ungulani Ba Ka Khosa e agora Carlos Paradona. Com este último há mudança de paradigma, ou seja, todos os outros secretários-gerais tiveram dois mandatos de dois anos cada. Porém, com a entrada do actual secretário, decidiu-se estender a vigência para três anos, e essa medida foi acordada por todos em Assembleia-geral. Pois chegou-se à conclusão de que dois anos não seriam suficientes para que se cumpra com os planos de actividades programadas.
É importante referir que o actual secretário-geral já cumpriu o seu segundo mandato de três anos. Tendo feito, como já fizemos referência, um brilhante trabalho no primeiro, mas no segundo pode ter experimentado algumas dificuldades, sobretudo na área financeira, que contribuíram no retraimento dos trabalhos da agremiação.
Ora, o que se propõe daqui para frente, contrariamente ao que vinha acontecendo – os membros votavam na pessoa do candidato – é que se vote no programa do concorrente, para que os apoiantes tenham conhecimento das linhas de orientação e evitarem-se prováveis desenlaces durante o percurso. E pelo que se percebe a partir dos corredores, já há movimentações com os escritores a afiarem as facas com vista ao pleito. Apelando-se para que sejam realizadas eleições livres, justas e transparentes, pois as últimas não tiveram lisura. Outrossim, tomando em conta que Paradona está fora de mandato, espera-se que a demora que se verifica para a realização da Assembleia-Geral, tenha como resultado um escrutínio limpo.
A AEMO foi sempre uma instituição fervorosa, de debate e convívio. E respeito mútuo.
Então é preciso manter esse ritmo, esse modus vivendi para que a harmonia prevaleça.
Aquele que for a candidatar-se ao cargo de secretário-geral e ganhar, terá que reavivar esse equilíbrio, é isso que se espera. Mas antes cada um deverá nos dizer efectivamente o quê que vai fazer caso ganhe, para que os eleitores escolham o melhor programa. É preciso explicar aos potenciais votantes como é que vão implementar o que propõem, com que meios. E como é que vão trazer esses meios, aonde é que vão buscá-los. Não basta que os membros se simpatizem com o candidato, é preciso que o candidato lhes mostre o seu plano de forma clara e transparente.
Há uma grande expectativa e nervosismo nos corredores da AEMO, mas isso é bom. É vitalidade. O que se deseja é que a Associação retumbe e volte a brilhar. E todos os membros com quotas pagas têm o direito de se candidatar e todos eles estão de acordo que existe capacidade para trazer o comboio aos carris. Para o bem das artes e letras.